FONTE: Lucas Azevedo, Do UOL, em Porto Alegre (noticias.uol.com.br).
Uma procuradora de
Santa Maria (RS) causou revolta em familiares das vítimas do incêndio na boate
Kiss, que matou 242 pessoas em janeiro de 2013, ao sugerir que a embriaguez de
algumas das vítimas colaborou para as suas mortes.
No documento, que
contesta na Justiça um pedido de indenização por danos morais feito pela
família de um dos jovens mortos na tragédia, a procuradora Mirela Marquezan
ressalta: "Certamente diferentes fatores contribuíram para esta diferença
de condutas e desfechos, sendo, um deles, o estado de sobriedade ou de
embriaguez de cada um dos frequentadores do estabelecimento, fato que deve ser
bem analisado em cada caso concreto".
O trecho foi tornado público pelo advogado Luiz Fernando Scherer Smaniotto, representante de alguns familiares de vítimas.
O trecho foi tornado público pelo advogado Luiz Fernando Scherer Smaniotto, representante de alguns familiares de vítimas.
A procuradora diz na
contestação: "Apesar da comoção generalizada e luto coletivo ocorridos com
a tragédia da boate Kiss, e mesmo podendo parecer insensível mencionar a
possibilidade de ocorrência de culpa das próprias vítimas; não há como ignorar
o fato de que diversas pessoas que estavam em frente ao palco, onde começou o
incêndio, conseguiram sair do local; ao passo que outras tantas, que estavam
muito mais próximas à porta de saída, não abandonaram o recinto".
A citação causou
indignação nos familiares de mortos e sobreviventes. "Quero saber em qual
técnica ela se baseou para escrever isso. Primeiro, ela não é médica. Segundo,
não é bombeiro para saber se as pessoas podiam ou não sair da boate. Ela não
tem conhecimento técnico para usar esse argumento", afirma o presidente da
AVTSM (Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de
Santa Maria), Sérgio Silva.
Silva afirma que já tem uma reunião marcada com o novo prefeito da cidade, Jorge Pozzobom (PSDB), na qual tratará do assunto. Além disso, diz que entrará na Justiça contra a procuradora. "Meu filho estava na porta da boate, estava com o meu carro e não tinha uma gota de álcool no sangue, conforme a perícia no corpo. Qual argumento da procuradora para isso? Eu, como pai, gostaria que ele estivesse bêbado e drogado, para morrer numa boa, sem noção da realidade, e não sofrendo como aconteceu."
A reportagem tentou, neste sábado (25), contato com a procuradora Mirela Marquezan, mas não obteve sucesso. Entretanto, ainda nessa sexta, a Prefeitura de Santa Maria emitiu nota, explicando que "as condutas adotadas foram opções técnicas feitas pelas chefias institucionais que geriam o município na época". E prosseguiu: "A prefeitura foi renovada nas urnas e todos, inclusive as diretamente envolvidas com essa lamentável tragédia, são testemunhas da grande vontade de mudar que tem impulsionado a nossa dedicação diária às causas do município".
Mais adiante, a administração destaca: "A nós, hoje, cabe acarinhar e acalantar essas pessoas que se sentiam órfãs frente ao poder municipal em um dos momentos mais difíceis que um ser humano é capaz de enfrentar. O que realmente importa é que essas pessoas saibam que podem contar conosco para ajudar, para compreender e, principalmente, para aprender. Esse é o nosso compromisso, isso é renovar".
Silva afirma que já tem uma reunião marcada com o novo prefeito da cidade, Jorge Pozzobom (PSDB), na qual tratará do assunto. Além disso, diz que entrará na Justiça contra a procuradora. "Meu filho estava na porta da boate, estava com o meu carro e não tinha uma gota de álcool no sangue, conforme a perícia no corpo. Qual argumento da procuradora para isso? Eu, como pai, gostaria que ele estivesse bêbado e drogado, para morrer numa boa, sem noção da realidade, e não sofrendo como aconteceu."
A reportagem tentou, neste sábado (25), contato com a procuradora Mirela Marquezan, mas não obteve sucesso. Entretanto, ainda nessa sexta, a Prefeitura de Santa Maria emitiu nota, explicando que "as condutas adotadas foram opções técnicas feitas pelas chefias institucionais que geriam o município na época". E prosseguiu: "A prefeitura foi renovada nas urnas e todos, inclusive as diretamente envolvidas com essa lamentável tragédia, são testemunhas da grande vontade de mudar que tem impulsionado a nossa dedicação diária às causas do município".
Mais adiante, a administração destaca: "A nós, hoje, cabe acarinhar e acalantar essas pessoas que se sentiam órfãs frente ao poder municipal em um dos momentos mais difíceis que um ser humano é capaz de enfrentar. O que realmente importa é que essas pessoas saibam que podem contar conosco para ajudar, para compreender e, principalmente, para aprender. Esse é o nosso compromisso, isso é renovar".
Nenhum comentário:
Postar um comentário