FONTE: *** , (http://noticias.uol.com.br).
São Paulo - O excesso de
informação sobre dietas e sobre o que é alimentação saudável criou um público
cheio de restrições em relação à comida. Há uma turma que aderiu aos alimentos
frescos e orgânicos. Outra faz questão de que a comida seja funcional - com
efeitos metabólicos benéficos como baixar o colesterol do organismo. E também
há as que optaram por alimentação sem carne, sem lactose, sem glúten e sem
açúcar. Mas, em todos os casos, há uma alta exigência quanto à apresentação e o
sabor - sim, o prazer continua sendo essencial.
Esse cliente, que em um passado recente seria considerado um "chato" por qualquer anfitrião, hoje é tido como alguém conectado com assuntos globais como sustentabilidade, meio ambiente e saúde. "O estilo de vida que se leva revela se você é ou não uma pessoa informada e isso vale mais do que carregar uma bolsa de grife internacional ou qualquer símbolo de ostentação material", diz a arquiteta paulistana Fernanda Negrelli, de 38 anos, que em 2015 revolucionou a forma de se alimentar. Em outras palavras: ser saudável virou moda.
"Tinha preconceito com comida natural. Nunca fui do tipo que come alpiste, ao contrário, gosto de pratos elaborados e sofisticados", diz ela, que sempre se preocupou mais com as calorias do que com a qualidade dos ingredientes. No carrinho do supermercado entrava comida processada e sobremesa light. "Só consegui mudar a dieta quando comecei a ver nos supermercados uma oferta maior de alimentos orgânicos e pratos funcionais prontos, produzidos de forma artesanal, surpreendentemente mais gostosos do que os convencionais."
Esse cliente, que em um passado recente seria considerado um "chato" por qualquer anfitrião, hoje é tido como alguém conectado com assuntos globais como sustentabilidade, meio ambiente e saúde. "O estilo de vida que se leva revela se você é ou não uma pessoa informada e isso vale mais do que carregar uma bolsa de grife internacional ou qualquer símbolo de ostentação material", diz a arquiteta paulistana Fernanda Negrelli, de 38 anos, que em 2015 revolucionou a forma de se alimentar. Em outras palavras: ser saudável virou moda.
"Tinha preconceito com comida natural. Nunca fui do tipo que come alpiste, ao contrário, gosto de pratos elaborados e sofisticados", diz ela, que sempre se preocupou mais com as calorias do que com a qualidade dos ingredientes. No carrinho do supermercado entrava comida processada e sobremesa light. "Só consegui mudar a dieta quando comecei a ver nos supermercados uma oferta maior de alimentos orgânicos e pratos funcionais prontos, produzidos de forma artesanal, surpreendentemente mais gostosos do que os convencionais."
A arquiteta também passou a optar por alimentos sem lactose e glúten. Segundo ela, a nova dieta fez com que perdesse nove quilos. Atualmente, ela pesa 67 quilos bem distribuídos em seu 1,74 metro de altura. Apesar de praticar esportes - hipismo, tênis e musculação - cinco vezes por semana, Fernanda tinha dificuldade em emagrecer. "Até a qualidade do meu sono melhorou."
Fernanda faz parte de um grupo que cresce a passos largos - o Brasil já é o quinto maior mercado de alimentos e bebidas saudáveis, com volume de vendas de US$ 27,5 bilhões em 2015, segundo levantamento da Euromonitor. O crescimento do segmento impressiona: 20% ao ano desde 2012, ante média mundial de 8%.
Mais caro. Esse consumidor está disposto a pagar mais pelo saudável. Por exemplo, 200 gramas de torrada convencional, fabricada com farinha branca, custam em média R$ 4,50. O mesmo produto, na mesma quantidade, feito de farinha de castanhas do Brasil e mix de sementes, sem conservantes e gorduras trans, sai por R$ 25. No geral, o custo de mercado com alimentos diferenciados sobe 30%.
"O consumidor não se importa em pagar mais se a qualidade for superior", diz a advogada Bianca Simões, de 27 anos, que largou a profissão para entrar no negócio de comidas funcionais há um ano e meio. Pouco antes, por hobby, ela fez um curso na escola de gastronomia Le Cordon Bleu, de Paris, e se empolgou. Ao voltar, encomendou uma pesquisa de mercado para avaliar se mesmo com a crise econômica haveria um nicho a ser explorado. Testou produtos que queria desenvolver e investigou hábitos alimentares.
"Quando me senti segura de que o consumidor de uma classe social mais elevada queria pratos prontos funcionais mais elaborados, criei coragem e comecei a cozinhar em casa e entregar em domicílio", diz.
Entre as receitas mais vendidas, o quiche com creme de leite, à base de vegetal, farinha de castanha, azeite extravirgem e o brigadeiro vegano. Os pratos e doces são desenvolvidos sem leite animal e derivados, com baixa carga glicêmica e muita proteína. Parte dos ingredientes, como temperos, legumes e verduras, é orgânico, produzido no sítio do pai de Bianca, em Atibaia, a 69 km. "Não preparo o trivial, por exemplo, frango com batata-doce, porque isso qualquer um pode fazer em casa."
A medida que os pedidos do varejo deram lugar ao atacado, foi necessário montar uma cozinha industrial - e agora a fábrica está em expansão. O selo, que leva o nome dela, é vendido nos principais empórios da cidade - do Mundo Verde, rede de produtos naturais com 400 lojas no Brasil, ao Eataly, o shopping da gastronomia na sofisticada Vila Nova Conceição.
Nutrição.
"Hoje as pessoas recebem muito mais informação sobre alimentação saudável", diz Silvia Piovacari, coordenadora de Nutrição Clínica do Hospital Israelita Albert Einstein. Além da internet, as escolas incluem nas disciplinas o assunto, porque a obesidade é uma doença crônica. Em 2016, o hospital fez uma pesquisa com os pacientes adultos internados e percebeu que 40% estavam com excesso de peso e obesidade.
"As pessoas sabem o que faz mal, mas ainda precisam aprender a comer. Por isso, o hospital implementou um programa de reeducação alimentar, com consultas presenciais e a distância", diz Silvia. "Independente da moda, comer maior quantidade de alimentos saudáveis, como frutas e verduras, e menor de processados, é uma necessidade nutricional."
*** Valéria França.
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