Em mais uma vitória para defensores
do uso medicinal da maconha, um estudo realizado nos Estados Unidos descobriu
que os compostos ativos da cannabis são mais efetivos para reduzir a frequência
de dor aguda da enxaqueca do que os remédios convencionais, além de produzirem
menos efeitos colaterais. As informações foram publicadas no site da revista
Forbes.
O estudo incluiu um total de 127
participantes que sofreram de enxaquecas crônicas e das chamadas cefaleias em
salvas - dores de cabeça severas que ocorrem em um lado da cabeça, muitas vezes
ao redor de um olho. A dor de enxaqueca geralmente afeta os dois lados da
cabeça e muitas vezes é acompanhada de sensibilidade à luz e náuseas.
Segundo a Forbes, o estudo teve duas
fases. Na primeira, os pacientes com enxaquecas crônicas e agudas receberam
doses variáveis de um fármaco desenvolvido pelos pesquisadores que combinou
dois compostos ativos na maconha: tetra-hidrocarbinol (THC) e canabidiol (CBD).
Os resultados mostraram que aqueles
que receberam uma dose de 200 mg por dia durante três meses sofreram
significativamente menos dor (cerca de 55%) do que quando tomaram remédios
convencionais (doses menores do composto dos pesquisadores não proporcionaram o
mesmo alívio).
A segunda fase do estudo incluiu
tanto aqueles que sofrem de enxaqueca crônica quanto aqueles que sofrem de
cefaleias em salva. Os pacientes com enxaqueca receberam o fármaco THC-CBD ou
25 miligramas de amitriptilina, um antidepressivo frequentemente utilizado para
tratar enxaquecas. Já as pessoas com cefaleia receberam o fármaco THC-CBD ou 80
miligramas de verapamil, um bloqueador de canais de cálcio frequentemente
prescrito para este tipo de problema de saúde.
Os resultados mostraram que o
medicamento THC-CBD foi ligeiramente melhor na redução da frequência de ataques
de enxaqueca do que a medicação comumente prescrita (40,4% versus 40,1%,
respectivamente), mas foi muito eficaz na redução da dor de enxaqueca,
diminuindo-a em 43,5% dos casos.
A droga também foi eficaz na redução
da dor dos que sofriam da cefaleia em salva, mas apenas no grupo de pacientes
que já tinha um histórico do problema desde a infância.
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