O 1º ano do ensino
médio e o 6º ano do ensino fundamental têm as maiores taxas de reprovação e
abandono dos estudantes, de acordo com dados divulgados na segunda-feira (3)
pelo Ministério da Educação (MEC). Essas taxas diminuem ano a ano, mas na
avaliação da pasta, ainda são preocupantes.
No 6º ano do ensino
fundamental, 15,5% dos estudantes reprovaram ou abandonaram os estudos em 2017.
No 1º ano do ensino médio, esse índice aumenta para 23,6%, ou seja, quase um
estudante a cada quatro ou repete ou deixa a escola após cursar um ano do
ensino médio.
“Quando todos os alunos
aprendem, eles não são reprovados. É simples, não estamos falando de coisas
distintas. É preciso olhar para a aprendizagem para permitir que meninos e
meninas aprendam na escola”, diz o ministro da Educação, Rossieli Soares.
Os dados, divulgados
pelo MEC e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), fazem parte do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o
principal indicador de qualidade da educação brasileira, que mede tanto a
aprendizagem quanto a aprovação dos estudantes. O Ideb é calculado a cada dois
anos. Os dados divulgados hoje referem-se a 2017.
O 6º ano do ensino
fundamental e o 1º ano do ensino médio são anos que marcam mudanças de etapa. A
partir do 6º ano, os estudantes passam a ter aula com vários professores e, no
1º, ingressam no ensino médio. “Essas etapas precisam de atenção, e os
estudantes, de acompanhamento escolar, para que aprendam o esperado e possam passar
de ano”, disse o ministro da Educação, Rossieli Soares.
Apesar de ainda altos,
os índices têm melhorado. Em 2005, a taxa de aprovação no 6º ano era 72,9% e,
em 2017, subiu para 84,5%. No 1º ano do ensino médio, no mesmo período, passou
de 65,6% para 76,4%.
Qualidade.
Além do fluxo escolar,
o Ideb leva em consideração o aprendizado dos estudantes em português e
matemática, medido pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica
(Saeb). O MEC divulgou as notas das avaliações na semana passada. Os dados
mostram que 70% dos estudantes terminam o ensino médio com aprendizado
insuficiente em português. A mesma porcentagem se repete em matemática.
Levando em consideração
as avaliações do Saeb e o fluxo, o Brasil ficou abaixo da meta estabelecida
pelo Ideb para os anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. A meta
foi cumprida apenas nos anos iniciais do ensino fundamental.
Sobre os resultados, o
ministro Rossieli Soares disse que os anos finais do ensino fundamental merecem
atenção, mas que a etapa mais crítica é o ensino médio. “Novamente vemos uma
estagnação do ensino médio, que cada vez mais se distancia da meta. Há
necessidade muito grande de que a gente logo faça mudanças estruturantes para o
ensino médio”.
Ensino médio.
Segundo a presidente do
Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Cecilia Motta,
representante dos secretários estaduais, responsáveis por gerir a maior parte
do ensino médio do país, os resultados não são novidades e tem se repetido nos
últimos anos. Ela destaca o novo ensino médio, aprovado em lei no ano passado e
a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como reformas que podem melhorar o
ensino. Pelo novo ensino médio, parte da etapa passa a ser flexível e os
estudantes podem escolher se aprofundar em matemática, linguagens, ciências
humanas, ciências da natureza ou ensino técnico. A BNCC vai orientar a parte
comum a todos os estudantes.
“É o momento de
repensarmos porque estamos parados há tanto tempo, estagnados há tanto tempo.
Professor precisa de formação, o regime de parceria está sendo feito, estamos
pensando em uma nova formação, temos a BNCC, o novo ensino médio”, disse
Cecilia Motta. “Voltemos a nossos estados e partamos para um novo momento de
implementação dos novos currículos, assim que a BNCC for implementada”,
conclamou.
Neste ano, pela
primeira vez, o Inep divulga o Ideb por escola, no ensino médio. Até a última
divulgação, em 2015, eram apresentados apenas os índices do ensino fundamental.
Assim, segundo o MEC, será possível mapear onde estão as maiores dificuldades e
os maiores gargalos também no ensino médio.

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