O resultado dessa
pesquisa acaba de ser premiado na 32ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Tecnologia de Embriões.
Vacas que vivem em
áreas sombreadas em sistemas integrados de produção (com lavoura, pecuária e
floresta) têm apresentado resultados satisfatórios também quando o assunto é
eficiência reprodutiva.
Um estudo que compara
as vacas a pleno sol com as que têm acesso à sombra foi desenvolvido na Embrapa
Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) em um projeto que avaliou o conforto térmico
e a eficiência reprodutiva, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Embrapa.
O resultado dessa
pesquisa acaba de ser premiado na 32ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Tecnologia de Embriões, considerada o maior congresso de reprodução animal do
país.
O estudo foi
apresentado pela doutoranda Amanda Prudêncio Lemes, da Universidade Estadual
Paulista (Unesp) de Jaboticabal.
O experimento foi
desenvolvido no sistema ILPF (Integração Lavoura- Pecuária-Floresta) da fazenda
Canchim, onde funciona a Embrapa Pecuária Sudeste.
A competição para
estudantes nas categorias “área aplicada” e “área básica” aconteceu de 16 a 18
de agosto em Florianópolis (SC).
Amanda foi orientada
pela professora Lindsay Gimenes, da Unesp, e coorientada pelo pesquisador
Alexandre Rossetto, da Embrapa. Os dois estiveram no congresso e acompanharam a
premiação.
De acordo com Rossetto,
o estudo indica que as vacas que vivem em pleno sol apresentaram taxa de
produção de embriões de 36%. Já as que vivem em área sombreada tiveram um
incremento nessa taxa, que chegou a 43%.
Esse aumento de 7
pontos percentuais - equivalentes a quase 20% - representa um impacto
significativo, segundo Rossetto, especialmente porque o experimento foi
realizado em um sistema já ajustado e que apresenta boas taxas de produção de
embriões.
O experimento foi feito
com 18 vacas com bezerros ao pé mantidas no sistema ILPF da Embrapa durante o
verão e o outono. Essas vacas pariram no sistema e, uma vez por mês, eram
levadas ao curral para aspiração de folículos ovarianos, onde ficam os gametas.
Esses gametas foram entregues a um laboratório particular em Cravinhos (SP),
que produziu os embriões.
“A produção de embriões
foi usada como medida da eficiência reprodutiva”, explicou Rossetto. Os
resultados mostraram que o microclima mais favorável observado no sistema ILPF,
com menor incidência de radiação solar sobre os animais, contribuiu para o
aumento na produção de embriões.
São parceiros do
projeto a Embrapa Pecuária Sudeste, Unesp de Jaboticabal, Universidade Federal
Fluminense (UFF), Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP,
Universidade Federal do Pará (UFPA), Oregon State University (EUA), Laboratório
Vitrogen (Cravinhos-SP) e GS Reprodução Animal.
Em outro estudo
recente, a Embrapa Pecuária Sudeste já havia constatado que a criação de
animais em sistemas integrados indicou que matrizes de corte que permanecem em
área sombreada procuram menos os bebedouros. A frequência em busca de água
chega a cair 19% em sistemas com árvores.
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