Depois dos boatos que
começaram a circular neste final de semana, de que os
caminhoneiros parariam as atividades em setembro, logo após o feriado da Independência,
na próxima segunda-feira (10), a resposta das entidades paranaenses que
representam a categoria é a de que não há ambiente para uma nova greve dos
caminhoneiros. Na segunda-feira (3), pelo menos dois órgãos se posicionaram
para tranquilizar a população e desmentir o boato.
A Confederação Nacional
dos Transportadores Autônomos (CNTA) afirmou desconhecer qualquer indício de
greve entre a categoria. Além disso, a equipe do Paraná ligada à confederação
esclareceu que descarta qualquer mobilização entre sua base sindical nacional,
formada por 140 sindicatos e oito federações espalhados por todo País.
Sobre os boatos, a CNTA
explicou à população que o direito de greve legal é instalado somente por meio
de assembleias gerais específicas promovidas pelos sindicatos representados da
categoria. Por enquanto, isso não foi feito.
Para a CNTA não há
motivos para uma nova paralisação, uma vez que todas as medidas reivindicadas e
negociadas com o Governo Federal, na mobilização de maio, estão sendo
cumpridas. Diumar Bueno, o presidente da entidade, também destacou que o
Governo, através da Agência Nacional dos Transportes Terrestre (ANTT),
estabeleceu uma postura aberta de diálogo com a categoria e vem repassando
todas as providências adotadas em relação à lei nº 13.703 que estabelece a
instituição do piso mínimo do frete.
Pelo Sindicato das
Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), também não há
nenhum indicio de greve. “Não sei se existe clima para mais uma greve dessas,
não acreditamos nisso, mas não sabemos o que pode acontecer. Nesse momento
político, muita gente está querendo tirar vantagem da situação, então é
importante ficarmos alertas”, destacou o presidente Marcos Battistella.
Conforme avaliação do Setcepar, o país todo perdeu com a primeira greve dos caminhoneiros, a começar pelos próprios trabalhadores. “Os autônomos, por exemplo, perderam muito. Na verdade todo mundo saiu prejudicado, então agora o que nós precisamos fazer é continuar acompanhando o que vai saindo, como, por exemplo, o tabelamento do frete que ainda vai ser divulgado uma correção pela ANTT”, explicou.
Tabelamento do frete.
O tabelamento do frete
era um dos pedidos feitos pelos caminhoneiros na última greve. O assunto voltou
a circular depois que foi estabelecida uma política de preços mínimos para o
transporte de cargas e as empresas entendem que isso pode prejudicar a livre
concorrência. “Até porque sempre tivemos a livre concorrência, afinal o mercado
varia muito, não só de carga para carga, mas principalmente de região para
região, é isso que o governo ainda precisa encontrar um consenso”, comentou
Batistella.
Atualmente, a ideia da
ANTT é a de que os preços sejam praticados com a ideia de um valor mínimo. “Mas
isso pode variar muito. Por exemplo: se você tem um grande volume de carga em
determinada região onde tem menos caminhão, você vai pagar mais caro, ou
vice-versa, então sempre o preço vai subir ou diminuir de acordo com as
variações da própria lei da oferta e da procura”.
Nesta semana, porém, a
situação pode mudar. Batistella explicou que, nos próximos dias, deve acontecer
uma negociação com o Governo e as entidades que lideram a parte dos autônomos,
para ver o que foi acertado e o que vai ser cumprido. Além disso, a ANTT, com a
tabela de frete, também ficou de soltar uma correção com novo valor.


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