Trilha de Letras
discute o preconceito com as religiões de matriz africana.
Intolerância com o
diferente. Este é o tema do programa Trilha de Letras, que vai ao ar nesta
terça-feira (dia 4), às 21h15, na TV Brasil. Para conversar sobre o assunto, o
apresentador Raphael Montes bate um papo com o escritor, cantor e compositor
Nei Lopes, estudioso de culturas africanas.
A intolerância com o
diferente é muito antiga, mas hoje, com o poder da mídia e das redes sociais,
ela fica mais evidente. A perseguição de séculos contra as religiões de matriz
africana ganha visibilidade, ainda que os templos continuem a sofrer ataques.
No bate-papo com
Raphael Montes, Nei Lopes defende que a perseguição a religiões de matriz
africana tem como pano de fundo o projeto de poder de um segmento evangélico.
“Analiso esse momento
como uma tentativa de conquista de poder, de conquista de hegemonia. Hoje nós
estamos à beira de um conflito. Os confrontos são reais por conta de um projeto
de poder de certo grupo de evangélicos, que pretendem esse poder e fazem de
tudo para chegar lá”, afirma Nei Lopes.
Na entrevista, Nei
Lopes diz que a literatura pode ajudar na caminhada para acabar com a exclusão
das religiões africanas. “O esclarecimento é uma grande arma”, afirma o
escritor, que se vê como um “operário da cultura brasileira”.
O Trilha de Letras
também traz depoimento da jornalista Flávia Oliveira sobre o tema. “As
religiões africanas, como o candomblé, são historicamente alvos de intolerância
e perseguição”, diz a jornalista.
Escritor publicado
desde 1981, Nei Lopes é autor de contos, romances e poesia. Já ganhou dois
prêmios Jabuti e tem também uma vasta obra de estudos africanos, de cunho
eminentemente pedagógico, centrada em obras de referência como dicionários e
uma enciclopédia.
Nei Lopes também é
conhecido como sambista, principalmente pela parceria com Wilson Moreira.
Ligado às escolas de samba Acadêmicos do Salgueiro (como compositor e membro da
Velha-Guarda) e Vila Isabel (como dirigente), hoje mantém com elas ligações
puramente afetivas.
Compositor profissional
desde 1972, vem, desde os anos 90, esforçando-se pelo rompimento das fronteiras
discriminatórias que separam o samba da chamada MPB, em parcerias com músicos
como o maestro Moacir Santos, Ivan Lins, Zé Renato e Fátima Guedes.


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