DROGAS QUE JÁ TRATAM COLESTEROL OU DIABETES AJUDAM QUEM TEM DOENÇAS MENTAIS...

FONTE:, em São Paulo, https://vivabem.uol.com.br

Um estudo, publicado na revista Jama Psychiatry, revelou que três drogas comuns usadas normalmente para tratar problemas cardiovasculares ou diabetes também podem ajudar no tratamento de doenças mentais, como a esquizofrenia.

Pesquisadores da University College London, no Reino Unido, analisaram como alguns medicamentos prescritos para tratamentos de saúde física afetam os sintomas das condições de saúde mental grave.

Para investigar a relação entre as doenças, a equipe concentrou o trabalho científico em três medicamentos: estatina (responsável pelo tratamento de colesterol e doenças cardíacas), bloqueadores dos canais do cálcio (hipertensão) e biguanida (diabetes).

Os cientistas verificaram os dados de saúde de 142.691 pessoas da Suécia, que tinham um grave problema mental e estavam tomando um ou mais dos três remédios citados acima. A equipe também analisou registros que observaram casos de autoflagelação e internação em hospitais por causa de doenças mentais.

Eles compararam as taxas em que esses eventos ocorreram enquanto os voluntários usaram estatinas, bloqueadores ou biguanida com períodos que não tomaram os medicamentos.

Ao analisar os dados, os autores descobriram que durante o tempo em que consumiram os medicamentos, os pacientes com um diagnóstico grave de saúde mental registraram menos hospitalizações por sintomas psiquiátricos do que em períodos em que não usaram os remédios. Além disso, os voluntários com transtorno bipolar ou esquizofrenia tentaram se machucar menos.

"Todas as três drogas estudadas são globalmente licenciadas, comumente usadas, baratas e relativamente seguras. São, portanto, candidatas ideais para o reaproveitamento. Se substanciado, este estudo tem implicações consideráveis na prática clínica e no desenvolvimento de medicamentos", diz Joseph Hayes, um dos autores do estudo.

Hayes ressalta ainda que embora os pesquisadores saibam da eficácia de cada um dos três medicamentos, ainda é necessário mais estudos para entender como as drogas agem nos mecanismos biológicos.