A prática de ioga pode
ajudar a prevenir problemas comuns do envelhecimento, como falhas na memória e
dificuldade de atenção. É o que indica um estudo feito
por pesquisadores do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein
em parceria com a Universidade Federal do ABC e com a Escola de Medicina de
Harvard, nos Estados Unidos.
A pesquisa avaliou o
cérebro de 42 idosas com condições de saúde, idade e escolaridade semelhantes.
Metade das voluntárias fazia ioga há pelo menos oito anos. A outra metade não
era adepta da prática.
Ao analisar as
ressonâncias magnéticas de todas as participantes, os pesquisadores descobriram
que as que faziam ioga tinham áreas do cérebro associadas à atenção e à memória
mais espessas do que as que não praticavam. A espessura dessas regiões do
córtex pré-frontal indicam melhor atividade dessas funções.
"Com o
envelhecimento, essas áreas ficam menos espessas e sofrem algum
comprometimento. Como a ioga é uma atividade que está o tempo todo cobrando
atenção e memória de trabalho (instantânea), pode ser que ela ajude na
manutenção dessas funções e na prevenção de perdas cognitivas",
explica Rui Afonso, doutorando de neurociência do Hospital Albert Einstein e um
dos autores do estudo. A pesquisa foi publicada em junho no periódico Frontiers
in Aging Neuroscience.
Ele diz que mais
estudos são necessários para determinar o papel da ioga na prevenção do declínio
cognitivo. "Estamos planejando agora um estudo para acompanhar os
participantes antes mesmo de eles iniciarem a prática da ioga."
Benefícios.
Praticante de ioga há
dois anos e meio, a aposentada Liria Yoneshige, de 65 anos, diz que a atividade
a ajudou a melhorar sua atenção e concentração nas tarefas diárias.
"Comecei a fazer
ioga, na verdade, porque sou muito ansiosa e preocupada e precisava de algo que
me fizesse desestressar. Com o relaxamento que a ioga me traz, consigo ficar
mais focada e atenta nas atividades que preciso fazer", conta ela.
A aposentada conta que,
além de melhorar a atenção, o exercícios trouxe ainda benefícios físicos.
"No início eu era muito dura e travada. Não conseguia fazer nenhum
movimento que a professora passava. Hoje ainda tenho algumas dificuldades, mas
estou bem melhor", diz Liria, que pratica ioga duas vezes por semana.
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