Você já parou para
pensar que é possível importar o sêmen de alguém para gerar um bebê?
Pode parecer estranha, mas a prática se tornou comum no Brasil, de acordo com
dados divulgados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Em dezembro do ano
passado, o órgão mostrou que o índice de importação cresceu 97%: foram 860
procedimentos em 2017 contra 436 em 2016.
Mas por que as pessoas
estão importando sêmen? De acordo com Edson Borges, diretor da Sociedade
Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), o aumento ocorreu justamente pela
carência do Brasil em bancos de sêmen. "Enquanto lá fora um indivíduo
recebe para ser doador, aqui isso não ocorre, o que dificulta o interesse em
doar", diz. Nos Estados Unidos, por exemplo, cada doador de sêmen pode
receber entre 60 dólares a 100 por dose de esperma.
Borges explica ainda
que o processo pode levar alguns meses até que voluntário finalize a doação,
dificultando a coleta. Além disso, segundo o especialista, o crescimento das
mulheres solteiras querendo ser mães, também favoreceu a prática.
Na hora da escolha do
bebê, os brasileiros ainda optam por seguir um padrão ocidental. Segundo dados
da Anvisa, entre 2011 e 2016, a importação de sêmen estrangeiro cresceu mais de
2500%. Entre o perfil dos doadores escolhidos, 95% eram brancos, 52% tinham olhos
azuis, 64% possuíam cabelos castanhos e 27% eram loiros.
Diferenças entre Brasil
e Estados Unidos.
No Brasil, os bancos de
sêmen trabalham com doações no qual o voluntário abre mão de direitos sobre a
criança. Além disso, quem utiliza o sêmen tem acesso a cor dos cabelos, olhos,
pele, tipo de sanguíneo, altura e peso.
Já nos Estados Unidos,
a relação é totalmente de compra e venda. Os doadores recebem dinheiro pela
doação de sêmen e quem vai receber o esperma pode ter acesso a detalhes do
perfil psicológico, histórico de saúde, fotos de infância (o que não é
permitido no Brasil) e quem nasce de inseminação tem o direito e pode conhecer
o doador ao completar 18 anos.
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