Técnica
pode aumentar a proliferação de bactérias "ruins" e fungos.
Fazer banhos com água
aquecida e ervas aromáticas na genital feminina é um hábito que tem ganhado
cada vez mais adeptas. Mas, a vaporização vaginal, que é associada a
tonificação da região e equilíbrio hormonal, pode trazer vários riscos para
saúde feminina.
Em entrevista ao iBahia,
a ginecologista obstetra, Cristiane Schneckenberg, explicou como a vaporização
vaginal afeta a mulher. "A técnica pode trazer um desequilíbrio no
complexo ambiente vaginal pela temperatura elevada da água e por ocasionar a
variação de pH (é a sigla de Potencial Hidrogeniônico e possui teor variável -
ácido, neutro e alcalino - e diferentes funções) na região íntima",
explicou a especialista.
De acordo com informações
da especialista, a vagina é "auto-limpante" e está programada para se
auto proteger. A flora vaginal, como é conhecido o conjunto de
microorganismos que encontramos na vagina, produz ácido lático que é
responsável por manter o pH adequado, o que desfavorece a proliferação de
fungos e bactérias indesejadas.
O ato de sentar em uma
bacia de água quente acompanhada por algumas ervas (alfazema, camomila,
valeriana e alecrim na sua composição) pode trazer sérios riscos para a região,
são eles: aumento da proliferação de bactérias "ruins" e fungos, como
os que causam a candidíase ou outras infecções; mau cheiro, irritações,
queimações e a vagina fica mais propensa a cortes durante a depilação. A
limpeza ideal da região íntima feminina, da vulva e dos lábios, é com água e
sabonete neutro.
A ginecologista
garantiu que não existe nenhuma comprovação científica da prática caseira.
"Os benefícios, supostamente percebidos, são atribuídos a efeito placebo,
ou seja, efeito psicológicos, na crença do paciente que está utilizando o
procedimento".
Com relação ao benefício de reequilíbrio hormonal, a ginecologista garantiu que não existe nenhuma possibilidade disso acontecer. Os hormônios são substâncias produzidas por glândulas no cérebro e órgãos como o pâncreas e os ovários, por isso não tem como o vapor absorvido pelas paredes da vagina interferir no processo de equilíbrio.
*** Sob supervisão da repórter Isadora Sodré.
Nenhum comentário:
Postar um comentário