O coração das mulheres
brasileiras está sofrendo pressões das doenças
da modernidade como depressão e stress.
Para se ter ideia, globalmente, as duas doenças são
responsáveis pelo aumento de duas a cinco vezes nas chances de infarto e Acidente
Vascular Encefálico (AVE). Já na população brasileira,
a presença de stress percebido agrava em oito vezes as chances
de infarto, o dobro que em países como a Argentina e
o quádruplo que a Colômbia é o que revela a pesquisa
Saúde Cardiovascular da Mulher Brasileira realizada pela Fundación
Mapfre e Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).
A pesquisa se
baseou em 93.605 avaliações de pacientes de mais de 500 unidades
básicas de saúde de todo o país. O estudo aponta que
51,6% das mulheres passaram por, pelo menos, uma situação
estressante muito importante no último ano, enquanto 37,3% dos homens
apontaram algum evento deste tipo.
Família e finanças.
A frequência e
a natureza desses eventos também foram avaliadas: 61,1% das
brasileiras responderam passar por estresse permanente
no âmbito domiciliar, em níveis "moderado", "intenso"
ou "exagerado". Entre os homens esse
percentual foi de 45,7%. As finanças também são motivo
de aborrecimentos frequentes - entre "moderado",
"intenso" ou "exagerado" - para 58,4% das pesquisadas. O
mesmo índice ficou em 52,3% no universo masculino.Mães, esposas e chefes do
lar.
"Estima-se que
atualmente cerca de 40% dos lares brasileiros são chefiados
por mulheres. Elas, que se desdobram entre as funções de provedoras
da família, profissionais, mães e esposas,
merecem um foco mais detalhado quando o assunto é saúde do coração",
afirma a diretora da Fundación Mapfre no Brasil, Fátima Lima.
De acordo com o cardiologista
José Francisco Kerr Saraiva, presidente da Socesp e
responsável pelo Centro de Pesquisa da entidade, esses fatores
emocionais devem ser levados em consideração ao avaliar uma tendência
à manifestação de doenças cardíacas no público feminino. "Os
mecanismos clássicos de avaliação do risco cardiovascular não
consideram o stress percebido, que deve, sim, ser somado a hábitos
alimentares, prática de exercícios físicos, tabagismo e consumo
de álcool", aponta.
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