O
cirurgião plástico Wendell Uguetto explica o que é a embolia pulmonar, doença
que matou a cantora Fernanda Fé após uma lipoaspiração.
A internet se
impressionou com a notícia da morte de Fernanda
Fé, cantora gospel e pastora, na semana passada.
Segundo o G1, a causa da morte foi uma embolia pulmonar,
causada por complicações de uma lipoaspiração realizada no
meio do ano.
O empresário e amigo de
Fernanda, Alex Dias, disse que, quatro dias após a cirurgia, ela
deu entrada em um hospital em que ficou dois meses internada, até falecer na
última sexta-feira (20). Segundo o cirurgião plástico da Sociedade Brasileira
de Cirurgia Plástica e do Hospital Albert Einstein Dr. Wendell Uguetto,
Fernanda provavelmente já havia desenvolvido a embolia quando chegou no
hospital. A causa foi, provavelmente, por um trombo nas pernas decorrente da
falta de movimentação depois da cirurgia.
Por que acontece?
A embolia
pulmonar é o bloqueio de uma ou mais artérias pulmonares por um coágulo
de sangue. A condição se origina em uma trombose venosa profunda,
em que um trombo – coágulo – se forma em alguma região do corpo, geralmente nas
pernas. Quando esse coágulo se forma e a pessoa se movimenta, pode ser que ele
saia do lugar, caia na corrente sanguínea e atinja outro órgão, como o pulmão.
Neste caso, forma-se a embolia.
“Isso não ocorre só
depois de cirurgias, existem alguns estados pró-trombóticos que podem propiciar
o surgimento de trombos, como a estase, ou seja, quando o sangue fica parado e
altera sua textura. Quando o paciente passa por uma lipo, por exemplo, ele fica
muito tempo parado na sala de cirurgia e o sangue não circula”, explica Dr.
Wendell.
Apesar de poder
acontecer em diversas situações e depois de qualquer cirurgia, a trombose e,
consequentemente, a embolia podem surgir com mais facilidade depois de uma
lipoaspiração. Isso ocorre porque, além do tempo de repouso e de procedimento,
quando a gordura é retirada de um local, o corpo rapidamente repõe água na
região, o que altera a viscosidade do sangue, aumentando as chances do
surgimento de uma trombose.
“Vale lembrar que
outras situações, como viagens longas de avião, ônibus ou carro, em que a
pessoa fica muito tempo parada, também podem causar trombose e embolia. Mas não
necessariamente essas condições são fatais. Em geral, os trombos causam apenas
problemas locais, como edemas e dor, e os casos mais leves de embolias são
facilmente tratáveis pelos médicos”, conta.
Como evitar?
A melhor maneira de
evitar a embolia pulmonar é evitando a trombose. Para isso, evite ficar muito
tempo sentado na mesma posição. Sempre que puder, levante e caminhe para fazer
o sangue circular.
Em casos de cirurgias,
o posicionamento correto do paciente na sala de procedimento já pode diminuir
bastante as chances de complicações. “É interessante também usar meias
elásticas, medicações para afinar o sangue, se necessário, e o compressor
pneumático, uma bota que faz uma massagem na perna dos pacientes e simula uma
caminhada. É como se o paciente não ficasse parado. Se possível, também começar
a caminhar o mais rápido possível após o procedimento. Mas nada disso deve ser
feito sem que haja orientação médica”, finaliza o especialista.
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