É o que
aponta pesquisa divulgada esta semana pelo DataSenado.
A maioria dos
brasileiros (79%) acham que medicamentos feitos a partir da planta da maconha
devem ser distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
É o que
aponta pesquisa divulgada esta semana pelo DataSenado. Ainda de acordo com
o levantamento, 75% das pessoas entrevistadas são a favor de que que indústrias
farmacêuticas sejam autorizadas a produzir remédios à base da erva.
A pesquisa foi
solicitada pela senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), que defendeu nesta
quinta-feira (26), na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa,
o uso da maconha para a fabricação de medicamentos.
A senadora afirmou que
o governo precisa ouvir a sociedade, já que três em cada quatro brasileiros
apoiam a cannabis medicinal. “Falamos de saúde pública. Até
quando vamos negligenciar as tantas vidas que dependem de um remédio?”,
questionou pelo Twitter, ao divulgar a pesquisa do DataSenado.
A pesquisa foi feita
entre 14 e 27 de junho para ouvir os brasileiros sobre a legalização do uso
medicinal da cannabis, gênero de plantas que inclui a maconha.
Foram entrevistadas 2.400 pessoas de todas as unidades da Federação, por
telefone. A margem de erro é de dois pontos percentuais com nível de confiança
de 95%.
Apesar do alto índice
de brasileiros a favor da produção e da distribuição de remédios à base
de cannabis, a maioria (64%) é contra o cultivo da planta na casa
dos pacientes em tratamento médico com substâncias derivadas da maconha.
O número é mais que o
dobro dos que concordam com o plantio (31%). Para 90% dos entrevistados, esse
cultivo deve ser fiscalizado pelas autoridades.
A pesquisa também
mostrou que a grande maioria dos entrevistados (87%) declara saber que
substâncias retiradas da planta da maconha podem ser usadas para tratar
doenças. Entre essas pessoas, 41% conseguem mencionar doenças que poderiam ser
tratadas pela cannabis, como epilepsia e câncer, as duas mais
lembradas. Apenas 9% declararam conhecer alguém que tenha feito uso medicinal
dessas substâncias.
Recorte.
O conhecimento sobre a
possibilidade de uso da cannabis em tratamentos de saúde é
menor entre os mais velhos, acima de 60 anos (83%), entre os evangélicos (81%),
entre as pessoas com renda de até dois salários mínimos (83%) e entre pessoas
com escolaridade mais baixa, até o ensino fundamental (81%).
No recorte religioso,
os evangélicos têm o menor índice de aprovação à autorização para que
indústrias farmacêuticas possam produzir medicamentos à base da planta da
maconha. A aprovação nesse grupo é de 67%, contra 75% entre católicos, 80%
entre fiéis de outras religiões e 91% entre pessoas sem religião. A aprovação
também é mais baixa quanto menor é a escolaridade dos entrevistados.
Projeto.
A Comissão de Direitos
Humanos e Legislação Participativa (CDH) aprovou na quinta-feira (26) uma
sugestão legislativa (SUG 6/2016) que estabelece regras para fiscalização e
tributação da maconha medicinal. Com a decisão, a matéria sugerida pela Rede
Brasileira de Redução de Danos e Direitos Humanos (Reduc) passa a tramitar como
projeto de lei. A Mesa do Senado vai definir o número do projeto e por quais
comissões será analisado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário