A equipe econômica trabalha
com projeções que consideram um encerramento gradual da quarentena
contra o coronavírus a partir do dia 7 de abril. A avaliação é que as
medidas anticrise anunciadas até agora não são suficientes para suportar um
período maior que esse de atividades completamente suspensas.
As estimativas foram
confirmadas por fontes que trabalham na elaboração dos cenários. Até agora, as
medidas anunciadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, garantem alívio
para empresas e mais acesso a crédito pelo período de três a quatro meses.
Segundo técnicos, as ações já foram elaboradas considerando um relaxamento
gradual do isolamento.
As medidas elaboradas
até agora foram pensadas porque, mesmo após um eventual relaxamento da
quarentena, as atividades voltariam a funcionar, em ritmo reduzido. "Os
shoppings estariam mais vazios, porém funcionando", segundo explicou uma
das fontes.
Em pronunciamento em
cadeia nacional na noite de terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu
que sejam suspensas as medidas de contenção, como suspensão de aulas e
fechamento de comércio. Bolsonaro, no entanto, não indicou qualquer plano para
que isso seja feito de forma gradual, nem um prazo.
A fala de Bolsonaro,
na contramão das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e
das medidas tomadas por outros países, foi alvo de críticas por parte de
especialistas, autoridades e congressistas. Durante o pronunciamento, houve
panelaços em várias cidades do país contra o presidente.
No domingo, durante
entrevista coletiva à imprensa, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já
havia sugerido que, em algum momento, medidas de relaxamento da quarentena
deveriam ser tomadas.
— Ninguém aguenta
permanecer parado full time. Para duas (semanas), libera um pouco para as
pessoas, deixa as pessoas se reorganizarem. Vamos ter que ir assim — disse o
ministro, na ocasião.
Guedes também já havia
sugerido que seria preciso encontrar um meio termo entre as
medidas de isolamento e a retomada da atividade econômica. Ao anunciar as
primeiras medidas de combate aos efeitos econômicas da pandemia, o ministro
afirmou que se todos ficassem em casa, a economia entraria em colapso. No
entanto, frisou que seguiria recomendações do Ministério da Saúde.
— Se ficar todo mundo
em casa, o produto colapsa. Se ficar todo mundo na rua, a velocidade de
contágio é muito rápida e você atinge o sistema de saúde. Então, deve ter um
meio termo. Os ingleses andaram sugerindo o seguinte: os mais idosos em casa e
os mais jovens manter uma vida próxima do normal. Mas não sou eu que tenho que
falar isso, é o Ministério da Saúde — disse Guedes, no último dia 16.
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