É inevitável que a
próxima onda da pandemia atinja em cheio a América Latina, alertou em editorial
a revista médica “Lancet”. O Brasil será o país mais afetado e poderá ter até
1,15 milhão de mortos, segundo a projeção de outro estudo.
Um dos principais eixos
globais de informação científica sobre a Covid-19, a “Lancet” destaca que
alguns governos ainda não encaram a doença com seriedade e cita especificamente
o presidente Jair Bolsonaro, o único governante a ter o nome mencionado — e
criticado.
“Muitos governos têm
respondido rapidamente, mas muitos ainda não encaram a ameaça da Covid-19 com
seriedade — por exemplo, ignorando a recomendação da Organização Mundial da
Saúde (OMS) de evitar aglomerações. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tem
sido fortemente criticado por especialistas em saúde e enfrenta uma reação
negativa cada vez maior por sua fraca resposta”, diz o editorial.
Já o estudo “O impacto
global da Covid-19 e as estratégias de mitigação e supressão”, do grupo de
resposta à Covid-19 do Imperial College, de Londres, previu 1.152.283 óbitos no
Brasil, caso medidas de contenção não sejam tomadas. No outro extremo, com as
medidas mais radicais e precoces, esse número despencaria para 44 mil
brasileiros mortos.
O cenário para o Brasil
é sombrio. Foi uma análise desse mesmo grupo do Imperial College que fez o
premier britânico, Boris Johnson, agora infectado pela Covid-19, mudar a
política do país e adotar o distanciamento social radical, com uma série de
medidas mais restritivas.
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