Pandemia do novo coronavírus fez
o mundo criar um distanciamento social para evitar o contágio da Covid-19.
Ficar longe da família, mas principalmente de seus parceiros têm sido uma
preocupação para casais e até solteiros. As dúvidas surgem se é possível ser
contaminado através de uma relação sexual, se beijar é estritamente proibido
ou, ainda, se a masturbação pode se tornar uma aliada nesse momento de
quarentena.
O EXTRA conversou com
infectologistas e ginecologistas para explicar alguns questionamentos sobre a
intimidade nesses tempo de pandemia. Por enquanto, o mais seguro é ter relações
com um parceiro ou parceira com a qual se mora. Já para quem costuma trocar de
companhia, a orientação é suspender esse encontros e optar pelo ato individual,
lembrando sempre de lavar bem as mãos com água e sabão.
O novo coronavírus é
transmitido sexualmente?
— A princípio, não há
dados epidemiológicos para esta resposta. Ainda não há relatos e nem a
confirmação de que a Covid-19 pode ser transmitida pela relação sexual — diz a
infectologista Tânia Vergara, presidente da Sociedade de Infectologia do Estado
do Rio.
Pode ter relação sexual
durante essa pandemia?
— Quando falamos de uma
relação sexual envolve abraço, beijo, carinho. Durante o ato, a respiração fica
ofegante, você pode suar e, mesmo não ficando de frente para a pessoa, a
contaminação pode acontecer. Ela surge por causa das gotículas, que podem ter
contato direto ou ficar em travesseiros, lençóis. Basicamente, a relação sexual
como um coito não teria problema, mas envolve relação afetiva entre duas
pessoas que podem transmitir o vírus.
Se um casal mora junto
e está em isolamento, os dois podem estar livres ou estão contaminados. Mas já
têm o contato por permanecerem no mesmo local, então não há risco. Já um casal
que vive em residências diferentes, que têm contato com outras pessoas, e
resolve se encontrar, aí tem um risco. No entanto, não é pelo ato sexual, mas
sim pelo contato físico - beijo, abraço, qualquer carinho. Um pode estar
contaminado assintomático e o outro não, e assim poderia ser infectado por via
respiratória. — explica o professor de ginecologia da Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (Uerj), Paulo Gallo.
Não se pode fazer sexo
com novos parceiros?
— Uma das medidas é o
isolamento, então como você vai ter qualquer relacionamento ainda mais com um
novo parceiro? Um exemplo: os médicos que estão no front não querem retornar
para suas casas com medo de contaminar a família por ter sido exposto. Então,
imagine um ato sexual, que exige proximidade... ele leva risco ao parceiro porque
não há um monitoramento. Portanto, façam sexo virtual, é o mais seguro — diz a
infectologista Tânia Vergara.
Pode beijar?
— Por onde se
contamina? Gotículas. E o beijo tem o quê? Saliva. O ideal é evitar beijo,
porque contamina. Mas cada indivíduo avalia como quer, se deseja se por em
risco ou não. Mas evitem beijos, abraços, qualquer toque — afirma a
infectologista Tânia Vergara.
Pode fazer sexo oral e
anal?
— O ideal é evitar por
causa do contato da saliva e da muco. Os preservativos podem reduzir o contato
com saliva ou fezes, especialmente durante o sexo oral ou anal. Se fizer, é
melhor com um parceiro . Os cuidados precisam ser os mesmos para evitar doenças
sexualmente transmissíveis. É um vírus de transmissão rápida e não temos
anticorpos para combatê-lo ainda — explica Gallo.
A masturbação é a
melhor escolha?
— Se tiver necessidade
de ter seu desejo sexual satisfeito sem a presença de um parceiro, é uma ótima
solução — opina a infectologista Tânia Vergara.— Individual não tem risco de
contaminação. É uma forma de inserir o prazer individualmente e sem contato com
outras pessoas, que podem estar infectadas. Agora, se for com um parceiro, se
vale dos cuidados anteriores, depende se já vive em isolamento ou não com o
companheiro — explica o ginecologista Paulo Gallo.
O uso de acessórios
eróticos, como vibradores, é permitido?
— É perigoso como qualquer relação sexual sem preservativo, traz o mesmo risco de uma doença sexualmente transmissível. O melhor é evitar o uso — explica a infectologista Tânia Vergara.
— Se o acessório foi utilizado com um parceiro antes da pandemia, então não tem problema. Agora, se foi há dias, quando já circula o vírus, o ideal é evitar. Se for um objeto para uso próprio e individual, só precisa higienizar adequadamente —afirma o ginecologista Paulo Gallo.
— É perigoso como qualquer relação sexual sem preservativo, traz o mesmo risco de uma doença sexualmente transmissível. O melhor é evitar o uso — explica a infectologista Tânia Vergara.
— Se o acessório foi utilizado com um parceiro antes da pandemia, então não tem problema. Agora, se foi há dias, quando já circula o vírus, o ideal é evitar. Se for um objeto para uso próprio e individual, só precisa higienizar adequadamente —afirma o ginecologista Paulo Gallo.
Como higienizar esses
acessórios?
— Primeiro, tem que lavar com água e sabão para limpar. Mas é o álcool em gel e deixar agir por cerca de dez minutos para combater o vírus. O álcool gel é menos nocivo que o álcool 70% — explica o ginecologista Paulo Gallo.
Portadores de HIV correm em risco?
— Primeiro, tem que lavar com água e sabão para limpar. Mas é o álcool em gel e deixar agir por cerca de dez minutos para combater o vírus. O álcool gel é menos nocivo que o álcool 70% — explica o ginecologista Paulo Gallo.
Portadores de HIV correm em risco?
— Paciente com HIV tem
risco porque é imunodeficiente. Como utiliza medicamentos imunossupressores,
têm um tratamento mais agressivo, o risco é maior de desenvolver algo grave se
tiver contato com o Covid-19. Por isso, os portadores de HIV devem se proteger
mais ainda e evitar qualquer contato físico — diz o ginecologista Paulo Gallo.
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