segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

É FANTASIA, MAS TEM QUE SER REAL...

FONTE: Maria Rocha (TRIBUNA DA BAHIA).

Donos de blocos contam com recursos tecnológicos para impedir a falsificação de abadás. Código de barra e marca d’água são algumas medidas de segurança utilizadas por empresários para coibir a reprodução ilegal da fantasia. Outro artifício para garantir a legitimidade das vestimentas utilizadas pelos foliões de blocos na avenida é a fragmentação na confecção.
De acordo com os donos de blocos, em Salvador é realizada apenas a consolidação do abadá. Por medida de segurança, eles evitam até comentar em que estado é confeccionado o tecido e onde é feita a impressão da marca d’água. Todo esse cuidado, porém, não evita totalmente a falsificação.
Para identificar possíveis falsários, um verdadeiro esquema é montado. “É a chamada ‘Operação Pente Fino’, formamos uma equipe que circula por todo o bloco para verificar se tem alguma fantasia falsificada. É verdade que a incidência é menor atualmente, porém essa fiscalização intensa ainda é necessária” afirma o presidente da Associação de Blocos e Trios, Fernando Boulhosa.
Ele diz que a cada dia que passa fica mais difícil copiar o abadá. “Hoje já se utiliza, por exemplo, um código de barras que é impresso em todos os abadás. É passada uma maquineta e se a numeração não bater com a relação contida no controle da entidade, fica confirmada a falsificação e aí quem resolve é a Polícia”, enfatizou.
Conforme Boulhosa, os blocos que tem valor agregado não sofrem tanto porque o investimento dos empresários é alto e o crime não compensaria o custo dispensado na elaboração da vestimenta. “A ação era mais comum na época da mortalha, quando se utilizava técnicas mais simples como o silk-screen.”, completou.
O diretor do bloco Camaleão, Joaquim Nery, revela as medidas de segurança tomadas pelo grupo para coibir a ação de falsários. Ele conta que até o tecido é industrializado exclusivamente para o bloco. “Tomamos uma série de providências como, a fabricação do tecido que é personalizado, a confecção de um selo numerado, e evitamos revelar o local onde são realizadas as etapas. Em São Paulo é feito alguma coisa. Aqui em Salvador ocorre a consolidação do abadá”, contou.
Nery diz que o cuidado para evitar um transtorno entre os associados sempre foi uma preocupação do grupo. “Sempre tivemos esse cuidado, desde a época da mortalha quando a impressão era mais simples e a falsificação era muito comum. Daí mudamos para o abadá e não tivemos mais esse tipo de problema”, ressaltou Nery.

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