FONTE: Rivânia Nascimento, TRIBUNA DA BAHIA.
A população, principalmente os
idosos que fazem uso de medicamento continuado,
sofre com os preços exorbitantes dos remédios. Porém, nos grandes laboratórios
é possível ter desconto na compra de alguns, quando são de uso prolongado. Além
disso, na Farmácia Popular alguns desses medicamentos podem até sair
gratuitamente.
O programa de descontos
vale para remédios de uso contínuo. Eles são vendidos somente com receita
médica e costumam ser consumidos por um longo tempo para tratamento de
hipertensão, diabetes, colesterol e doenças crônicas por exemplo. Estes medicamentos
estão entre os mais caros receitados.
O sistema dos laboratórios
funciona assim: a pessoa entra no site ou liga para um Serviço de Atendimento ao
Consumidor (SAC), faz o cadastro, informa o CRM do médico que prescreveu o
remédio e verifica se o produto está na lista dos que têm desconto. Se estiver,
então verifica as farmácias credenciadas e, depois, é só ir a uma delas, com
receita médica, identidade ou número de inscrição no programa e comprar o
remédio.
A empresária Verena Dias fez o
cadastro para a mãe, que usa,
continuamente, um medicamento para a osteoporose. ”Por ser de idade mais
avançada, ela já usa vários medicamentos, e isso facilita na compra de outros
medicamentos”, conta Verena.
Para dar o benefício, a farmácia também
precisa estar cadastrada. O sistema acaba sendo um bom negócio para quem compra
e para o laboratório, que consegue vender um mesmo medicamento, várias vezes,
para um mesmo paciente. Por ser um preço subsidiado pelo laboratório, ele pode
realmente fazer seu tratamento em longo prazo e economizar com isso. “Tem uma
adesão grande ao tratamento e, muitas vezes, desafoga o Sistema Único de
Saúde”, explica o diretor da Sincofarma, Maurício Filizola.
No entanto, a farmacêutica Natália Ferreira,
da rede Santana, alerta que antes do paciente entrar em contato com os grandes
laboratórios através do SAC é imprescindível passar antes por uma consulta
médica.
“É importante que o médico faça a
intermediação com o laboratório. Na maioria das vezes, o médico cadastra o
paciente durante o período do tratamento e esse acompanhamento precisa ser
contínuo. Os grandes laboratórios oferecem descontos de até 70%, a depender do medicamento,
mas para isso é importante que as pessoas não deixem de realizar suas consultas
médicas para saber se houve alterações na prescrição”.
Segundo a farmacêutica, entre os
medicamentos de usos continuo mais procurados estão os antidepressivos, doenças
cardíacas, diabetes e doenças crônicas. O paciente na maioria das vezes
apresenta o cartão do laboratório emitido pelo correio ou o número do CPF na
hora da compra.
A recepcionista Adalgisa Alves conta que
mensalmente gasta em média cerca de R$ 700, com medicamentos para a sua mãe que
sofre de diabetes e hipertensão. “Tínhamos antes o desconto do laboratório.
Depois deixamos de receber o cartão em casa. Mas já falamos com o médico da
minha mãe para atualizar o cadastro e voltarmos a receber”.
Preço cai até 90%.
O Ministério da Saúde elaborou uma lista dos
remédios para as doenças mais comuns que são distribuídos com desconto de até
90% ou mesmo gratuitamente pelo programa “Farmácia Popular”.
Os medicamentos para pressão alta, diabetes
e asma são entregues sem custos. As farmácias do programa do Ministério da
Saúde são identificadas por um emblema “Aqui tem Farmácia Popular”. Elas
possuem a relação dos medicamentos disponível no balcão. “Qualquer dúvida, o
paciente deve procurar o farmacêutico presente e perguntar se os medicamentos
prescritos encontram-se nessa lista”, recomendou Julho Cezar balconista.
Como pedir.
Na hora da consulta, é preciso pedir ao
médico, mesmo se for particular, para prescrever o princípio ativo ou indicar
um remédio que esteja na lista de descontos da Farmácia Popular. Cada receita
tem validade de quatro meses. Para anticoncepcionais, o prazo é de um ano.
Para retirar medicamentos de alto custo, o
paciente deve possuir o Cartão Nacional de Saúde e elaborar junto com o médico
um processo que inclua o diagnóstico, as características da doença e as
justificativas para o uso do remédio. As informações devem ser protocoladas na
Farmácia Popular, que irá analisar o processo.
Caso a solicitação seja indeferida, o
paciente deve procurar a Defensoria Pública levando toda a documentação do
processo.
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