FONTE: Eduardo Prestes (www.universal.org).
Entenda a sua responsabilidade ao falar da vida
alheia e ter ideias preconcebidas.
Falar de algo sem ter conhecimento real do fato pode ser
desagradável, mas falar da vida alheia e ainda postar comentários nas redes
sociais pode ser um sinal de falta de cautela, de educação e de inteligência.
Os resultados dessa atitude podem ser desastrosos e incomodar muito quem é
atingido – muito mais ainda quando denotam preconceito.
É o que aconteceu com a professora Rosa Marina Meyer,
docente do Departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do
Rio de Janeiro. Na semana passada, ela tirou a fotografia do advogado mineiro
Marcelo Santos, de 33 anos, sem que ele soubesse, vestido de bermuda e camisa
regata, no Aeroporto Santos Dumont, na capital fluminense.
Em seguida, ela postou a foto no Facebook com o seguinte
comentário: “Aeroporto ou rodoviária?”. A professora foi incauta. Não mediu as
consequências que seu post “despretensioso”, mas recheado de preconceito,
pudesse ter, nem imaginou que ele teria tanta repercussão. Em cinco dias foram
quase 11,3 mil compartilhamentos na internet.
Infelizmente, vivemos em um País em que o preconceito
ainda é uma questão muito séria, enraizada em nossa sociedade e que conduz a
muitas atitudes equivocadas, como a da professora universitária. Julgar alguém
pela aparência e pelo modo de vestir não revela quem realmente a pessoa é.
O significado da palavra preconceito traduz a atitude
dela com precisão: opinião injusta ou insensata (contrária ao bom senso) sobre
assunto que não se conhece o suficiente.
Muitos não assumem suas opiniões claramente, mas, nas entrelinhas,
deixam transparecer o que realmente pensam. Reproduzem o que ouviram na
família, dos amigos e, muitas vezes, não param para pensar se há uma razão para
esse tipo de pensamento.
É o caso da professora Rosa, que, no mínimo, agiu de modo
pouco inteligente. Não por falta de conhecimento, pois é uma pessoa “formada”,
mas talvez pela reprodução de um modelo que passa de geração a geração no
Brasil. Trata-se de uma atitude incoerente para quem é uma educadora.
Todos os dias acontecem casos como esse e eles estão
relacionados à intolerância religiosa e social, violência, ao racismo, à
suspeita e ao ódio irracional que só não têm a mesma repercussão porque não
encontram espaço ou algum meio de divulgação.
Felizmente, esse episódio ocorreu em uma rede social e
quem leu o post e não compactuou com as ideias se mobilizou e se posicionou
contra.
Mas será que a professora Rosa aprendeu a lição de que
inteligência e preconceito não combinam?
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