FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Nos Estados Unidos, 3% de todos os cânceres que atingem a população feminina estão relacionados à tireoide.
No Brasil, dados da Sbem (Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia) revelam que a incidência do câncer de tireoide
aumentou em 10% nos últimos anos, mas sua mortalidade diminuiu.
O diagnóstico precoce tem ajudado muito a
diferenciar nódulos e tumores, sendo que, na maioria dos casos, o diagnóstico
de câncer é descartado.
“Em 97% dos casos, a presença de um
nódulo na tireoide não significa que a pessoa esteja com câncer. Para os outros
3%, é importante salientar que esse tipo de câncer costuma apresentar ótima
evolução. Mesmo assim, pacientes com história de irradiação
prévia na região do pescoço ou com histórico de doença tumoral tireoidiana na
família deverão ser submetidas a uma pesquisa clínico-laboratorial e exames de
imagem mais minuciosos”, diz Osmar Saito, médico radiologista do Centro de
Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo.
Sentir um cansaço intenso e sem motivo
aparente, dificuldade de concentração, se esquecer de tarefas simples, notar
que o cabelo ficou mais ralo, as unhas quebradiças e a pele mais seca, e ganhar
peso mesmo quando a alimentação está sob controle, são alguns dos sintomas de
hipotireoidismo, uma insuficiência na produção dos hormônios T3 e T4.
Mais comum em mulheres do que em homens, os
distúrbios da tireoide geralmente surgem a partir dos 30 ou 40 anos.
Quanto mais cedo for feito o diagnóstico,
melhor a qualidade de vida dos pacientes.
A doença pode ser diagnosticada por um simples
exame de sangue em que são realizadas as dosagens dos hormônios tireoidianos T3
e T4, além do TSH – hormônio produzido pela hipófise e que estimula a tireoide
a produzir seus hormônios.
Também poderá ser solicitada a dosagem de
autoanticorpos. Entretanto, quando o médico clínico ou o endocrinologista
suspeitar da presença de nódulos, poderá solicitar exames complementares, como
ultrassonografia, cintilografia ou mesmo uma biópsia.
“O sucesso do médico que realiza a
ultrassonografia da tireoide está na realização desse procedimento com
equipamento sensível e transdutor de frequência apropriada. Também é
fundamental ter plena consciência da história clínica da paciente e do que
procurar durante o exame”, diz Saito.
O médico alerta que utilizar a técnica
corretamente, produzir boa documentação fotográfica e descrever as alterações
significativas no corpo do laudo (principalmente os critérios necessários para
análise do risco do nódulo tireoidiano), são passos que certamente beneficiarão
a paciente e atenderão as expectativas do médico que solicitou o exame”, diz
Saito.
Como o Brasil é um país de proporções
continentais, nem todos os centros diagnósticos espalhados em território
nacional contam com equipamentos de ponta e operadores bem treinados.
Na opinião do radiologista, há casos em que é
preferível se concentrar nas características apresentadas pelo ultrassom para
tentar selecionar os nódulos com risco aumentado para câncer.
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