FONTE: Carolina Garcia - iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Muitas mulheres acreditam que a menopausa e a
terceira idade chegam para decretar o fim da vida sexual e a prática do sexo em
busca (apenas) do prazer.
E a realidade é completamente outra. Para
sexólogos e geriatras ouvidos pelo Delas, o momento pode ser libertador e
um dos mais prazerosos para quem ainda busca orgasmos nos 60 e poucos anos.
A reposição hormonal e o Viagra surgiram para
quebrar os tabus que envolvem a sexualidade na terceira idade e dar longevidade
à vida sexual.
Se entre os jovens valoriza-se a quantidade de
relações na mesma noite, entre os vovôs e vovós a qualidade do ato vira
prioridade. E as preliminares começam com os clássicos programas de namorados.
“É importante tirar um dia da semana, pelo
menos, para namorar. Ir ao cinema ou jantar romântico em casa ajuda na
excitação e reacende o desejo, já que o corpo da mulher está mais devagar”, diz
Débora Pádua, fisioterapeuta sexual e educadora.
Entre os homens, a disfunção erétil pode ser
resolvida com medicamentos. Já a diminuição da lubrificação vaginal e
a incontinência urinária são vilãs das mulheres, mas também são
facilmente controladas com lubrificantes e exercícios de contração vaginal,
respectivamente.
Sexo para todos.
A unanimidade entre os especialistas é de que
a vida sexual deve permanecer ativa em todas as fases da vida da mulher. E elas
buscam isso. Pesquisas apontam que mulheres de 50 a 55 anos dominam sites de
relacionamentos em busca de um novo parceiro para consolidar a vida sexual.
Se a libido acabou, a saída é buscar os
médicos da área (geriatras, ginecologistas e urologistas) e investigar se há
restrição física. Muitas vezes, idosos são limitados por efeitos colaterais de
remédios, pressão alta e até depressão.
Paulo Camiz, geriatra do Hospital das Clínicas
(HCSP), cita ainda que o uso de álcool e o hábito de fumar afetam diretamente o
sistema circulatório, reagindo diretamente na ereção.
“Ser doente não quer dizer que não tenha
saúde. Adotando uma vida saudável, com atividade física regular e
sociabilidade, o idoso pode retomar o controle da vida sexual”, diz o médico.
Se o bloqueio é psicológico o tema pode ser
debatido com sexólogas e educadoras sexuais que ajudam a quebrar os conceitos
enraizados pela sociedade.
A descoberta com o toque.
Antes de embarcar em novas aventuras sexuais,
a mulher precisa conhecer a própria vagina, como gosta de ser tocada e
descobrir novas áreas sexuais no corpo. A melhor ferramenta nesse caso é a
masturbação, com a mão ou com o chuveirinho.
“Se você não se masturba, não irá aproveitar a
sexualidade. Seguindo aquele pensamento de ‘quem não cola, sai da escola’”,
brinca a sexóloga Márcia Mathias, que também atura como consultora do Ashley
Madison.
Débora ainda defende o uso de brinquedos
eróticos, como os vibradores clitorianos, os preferidos das mulheres maduras
porque são discretos.
“O pior que pode acontecer é não funcionar e
os dois caírem na risada, mas ainda assim é delicioso perceber o esforço para
resgatar a vida sexual”.
O sexo oral ainda é citado pelas duas
profissionais como uma forma de potencializar o prazer do casal, que deve
buscar opções além da clássica penetração.
"Muitas mulheres têm preconceito com
o sexo oral ou apenas não sabem fazer. Dou a mesma tarefa para todas
as clientes, saiam e comprem um pirulo ou um picolé. O que fazer com eles,
repita na cama. Não tem erro", finaliza Márcia.
Estímulos e posições.
O casal ainda pode buscar em filmes e contos
eróticos momentos de inspiração. Muitas vezes, os filmes pornôs podem assustar
além de causar rejeição e até frustração nos dois.
Nesse caso, vale tentar filmes dirigidos por
mulheres, que são bem mais recebidos pelo toque de realidade. Livros como a
trilogia “Cinquenta Tons de Cinza”, que alcançou recorde de vendas em todo o
mundo, servem como pílulas de inspiração.
O sexo na terceira idade já não conta com o
malabarismo dos mais jovens ao estilo Kama sutra, mas pode ser igualmente
prazeroso com as posições mais confortáveis. A fisioterapeuta sexual explica
que o jogo das pernas é determinante: abertas garantem penetração profunda e
fechadas, mais rasa.
“Posições clássicas como a mulher deitada e o
homem em pé de fora cama e o famoso ‘de ladinho’ não exigem grande esforço
físico”, garante a fisioterapeuta sexual Débora.
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