FONTE: Líria Jade - Portal EBC, TRIBUNA DA BAHIA.
Quem consome ou foi aconselhado a consumir
suplementos alimentares precisa estar atento à qualidade dos produtos
consumidos.
Quando associados a uma alimentação balanceada
e à prática regular de exercícios físicos, eles podem melhorar o rendimento,
diminuir a fadiga, aumentar a massa muscular e até auxiliar na redução de gordura
corporal. Mas antes de começar a usá-los é preciso conhecê-los.
Por isso, o Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (Inmetro) analisou 15 marcas de whey protein
concentrado, a versão mais consumida do produto.
Foram analisadas marcas de fabricação nacional
e importadas disponíveis no mercado brasileiro.
São elas:
-- EAS
-- Body Action
-- Probiótica
-- Integral Médica
-- STN Steel Nutrition
-- Solaris
-- Voxx
-- Dynamic lab
-- Maxx Titanium
-- DNA
-- Universal
-- Met-Rx
-- Sportpharma
-- New Millen
-- Nature's Best
-- EAS
-- Body Action
-- Probiótica
-- Integral Médica
-- STN Steel Nutrition
-- Solaris
-- Voxx
-- Dynamic lab
-- Maxx Titanium
-- DNA
-- Universal
-- Met-Rx
-- Sportpharma
-- New Millen
-- Nature's Best
Os resultados dos ensaios realizados nos
suplementos proteicos para atletas demonstraram que 93% das marcas apresentaram
algum tipo de não conformidade.
O consultor de saúde e performance atlética,
Kleber Almeida, alerta que na maioria das vezes, as pessoas estão usando muitos
produtos sem necessidade. “Alguns suplementos não têm pesquisa científica, ou
seja, o mercado lança pensando em uma lacuna e começa a vender, mas na
realidade a pesquisa científica que vai certificar o produto ainda não
aconteceu”, destaca.
O que é o whey protein?
O whey protein é um suplemento proteico para
atletas, nome pelo qual é classificado pela Anvisa. O alimento consiste em
um produto à base da proteína do soro do leite - de baixo peso molecular com
alto valor biológico de proteína e grande capacidade de absorção.
Os suplementos à base de whey variam
muito de acordo com suas concentrações, misturas, processamento e valor
biológico. Há, basicamente, três classificações para o produto: o
concentrado, o isolado e o hidrolisado.
A nutricionista esportiva Bruna Timponi,
explica a diferença entre os tipos da proteína. Whey concentrado pode fornecer
de 29 a 89% de proteína. “Quanto menor o nível de proteína concentrada, maiores
são os níveis de lactose, não é indicado para intolerantes à lactose. É a forma
mais barata de Whey, rica em aminoácidos”, disse.
Já a forma isolada é a forma mais pura,
contendo cerca de 90% ou mais de proteína em sua composição. “Além disso, a
maioria das Wheys Isoladas são isentas de gordura e com menos de 1% de lactose,
sendo o mais indicado para os pessoas com intolerância à lactose”, diferencia.
O hidrolisado exige que os ingredientes sejam
colocados em maior quantidade, o que pode fazer com que alguns produtos
contenham maltodextrina como primeiro ingrediente, um carboidrato de absorção
lenta, que pode levar ao ganho de peso.
Resultados:
O primeito teste do Inemtro avaliou se todas
as marcas apresentavam consonância com sua classificação de suplemento proteico
para atletas, determinada pela regulamentação da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). Todos os produtos foram aprovados.
Para ser considerado whey protein, o
suplemento deve apresentar, no mínimo, 10 gramas de proteína por porção.
Já quanto à quantidade de proteína descrita no
rótulo, o segundo teste, duas marcas foram reprovadas por terem quase 30% menos
proteínas do que o anunciado: a Solaris e a Voxx.
O ensaio sobre teor de carboidratos revelou os
resultados mais preocupantes - o terceiro teste constatou que todos os produtos
têm a substância na composição. Mas, das 15 marcas, 11 tinham quantidades
diferentes do que estava no rótulo apresentado ao consumidor. No caso da Voxx,
essa diferença era de 300%.
Um aspecto potencialmente menos perigoso à
saúde, mas não menos importante, foi constatado no ensaio de rotulagem,
no qual se verificou que 73% das amostras não estavam em
conformidade com a regulamentação da Anvisa. As principais não
conformidades dizem respeito à expressão de valores com casas decimais.
Quanto à origem da proteína, que deveria ser
de origem animal, uma marca foi reprovada. O whey da marca DNA também tinha
proteínas do trigo e da soja, além da animal.
Foram encontradas, ainda, substâncias não
declaradas nas fórmulas dos produtos. Em cinco marcas havia cafeína: EAS,
Probiótica, STN, Maxx Titanium e Sportpharma. No teste para ver se os rótulos
estavam corretos, 11 marcas foram reprovadas.
Como resultado final, 14 das 15 marcas foram
reprovadas.
-- EAS 100%: foi
reprovado nos quesitos teor de carboidratos, substâncias não declaradas e
rotulagem.
-- Body Action: foi
reprovada quanto à rotulagem.
-- Pró-Profissional Line:
foi reprovado quanto ao teor de carboidratos, e substâncias não
declaradas.
-- Integral Médica: reprovado
no teor de carboidratos e rotulagem.
-- STN SteelNutrition: foi
reprovado nos quesitos teor de carboidratos, substâncias não declaradas e
rotulagem.
-- Solaris: reprovado
no teor de proteínas e no teor de carboidratos.
-- Voxx: reprovado no teor
de proteínas e no teor de carboidratos.
-- DynamicLab: reprovado
no teor de carboidratos e na rotulagem.
-- Maxx Titanium: reprovou
quanto a substâncias não declaradas e à rotulagem.
-- DNA: foi reprovado
quanto à origem proteíca e à rotulagem.
-- Universal: reprovado
quanto ao teor de carboidratos e à rotulagem.
-- Met-Rx Shaping Every Body: foi o único
aprovado em todos os testes.
-- Sportpharma: foi
reprovado nos quesitos teor de carboidratos, substâncias não declaradas e
rotulagem.
-- New Millen Suplementos: reprovado
quanto ao teor de carboidratos e à rotulagem.
-- Nature`s Best: reprovado
quanto ao teor de carboidratos e à rotulagem.
Respostas:
A empresa responsável pela EAS 100% afirmou
entende e apoia o Programa de Análise de Produtos do Inmetro. Já as
responsáveis pelas marcas Pró Professional Line, STN-Steel Nutrition e Maxx
Titanium,declararam que a presença da cafeína em seu produto não foi
intencional e atribuiu o fato à presença de cacau na composição.
A Integral Médica questiona a metodologia
utilizada para medir a composição do produto. A Solaris pede a reanálise
do produto e questiona a metodologia. A Nutracom, responsável pela marca Voxx,
e a GT Nutrition também não concordam com o método usado.
A empresa Rainha, responsável pela marca Body
Action disse que as divergências apresentadas já foram devidamente ajustadas
nos rótulos. A DynamicLab se propôs a primorar seus produtos com base nas
recomendações do Inmetro. A DNA declarou que houve erro na impressão dos
rótulos e que “a produção e comercialização foram suspensas até que sejam
efetuadas as devidas correções”.
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