FONTE: *** Alexandre Faisal (dralexandrefaisal.blogosfera.uol.com.br).
Diferentes modalidade de
uso de pílulas anticoncepcionais estão disponíveis para as mulheres. Um
estudo americano avalia se o risco de gravidez não é afetado pelo uso
prolongado de contraceptivos orais.
As mulheres que usam
pílulas contraceptivas, às vezes, se espantam com a variedade de formulações e
regimes de uso destes hormônios. As antigas e únicas formulações com 21 dias de
uso e 7 de descanso vem sendo substituídas por regimes variados: 24 e 4, 28
contínuo e até 84 por 7. Isso mesmo 84 dias de uso, seguido por 7 dias de pausa
ou come medicação placebo. Neste período a mulher sangra. Um grande benefício,
para algumas mulheres, que preferem não menstruar ou se sentem mal quando isso
ocorre. Mas será que esta mudança de regime funciona?. Ou em outros termos, o
risco de gravidez indesejada não aumentará?. Um estudo americano têm a resposta.
Os pesquisadores comparam as taxas de gravidez anuais em 3
diferentes tipos de uso pílulas anticoncepcionais: 21/7, 24/4 e 84/7. Mais de
100 mil mulheres com idades entre 15 e 40 anos foram avaliadas entre os anos de
2006 e 2011. Ao final do estudo uma surpresa: as taxas de gravidez de um ano
foram significativamente menores com o esquema prolongado de uso na comparação
aos outros 2 esquemas. No esquema 84 dias de uso e 7 dias de pausa foi
registrada uma taxa anual de gestação de 4,4% contra uma taxa de mais ou menos
7,0%, nos demais tipos de uso. Para os autores, o uso prolongado de pílulas é
mais efetivo na supressão da atividade ovariana e diminui o risco de escape
ovular.
O estudo tem uma limitação importante já que analisa, retrospectivamente,
os dados, e não sabe informar se de fato as participantes usaram corretamente
as pílulas, tanto num regime quanto no outro. Mas se os resultados forem
confirmados por novas pesquisas, é uma ótima notícia. Não apenas para as
mulheres, que não querem ou não gostam de menstruar, mas para todas que não
querem mesmo engravidar.
(Howard et al. Comparison of pregnancy rates in users of extended and
cyclic combined oral contraceptive (COC) regimens in the United States: a brief
report. Contraception 89 (2014) 25–27).
Sobre o autor.
Alexandre
Faisal é ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico
do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Formado em Psicossomática,
pelo Instituto Sedes Sapientiae, publicou o livro "Ginecologia
Psicossomática" e é co-autor do livro "Segredos de Mulher: diálogos
entre um ginecologista e um psicanalista”. Atualmente é colunista da Rádio USP
(FM 93.7) e da Rádio Bandeirantes (FM 90.9). Já realizou diversas palestras
médicas no país e no exterior. Apresenta palestras culturais e sobre saúde em
empresas e eventos
Sobre o blog.
Acompanhe
os boletins do "Saúde feminina: um jeito diferente de entender a
mulher" que discutem os assuntos que interessam as mulheres e seus
parceiros. Uma abordagem didática e descontraída das mais recentes pesquisas
nacionais e internacionais sobre temas como gravidez, métodos
anticoncepcionais, sexualidade, saúde mental, menopausa, adolescência,
atividades físicas, dieta, relacionamento conjugal, etc. Aproveite.
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