FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Andar a pé é o meio
de transporte mais comum no mundo, pois representa até 50% dos deslocamentos em
áreas urbanas e quase todos os motoristas são pedestres em algum momento de sua
jornada. No entanto, os pedestres são o grupo mais vulnerável dos participantes
do trânsito. Mais de 20 mil pedestres morrem anualmente em todo o mundo.
No Brasil, a frota de veículos mais do que
duplicou desde 1998, mas o desenvolvimento da segurança rodoviária progrediu
mais lentamente do que a motorização.
Os dados são da Allianz Seguros, empresa
do Grupo Allianz SE, um dos líderes mundiais em seguros e o maior da Europa,
com presença em mais de 70 países.
Os pedestres brasileiros representam entre 28%
e 36% de todas as mortes em acidentes rodoviários.
O número é grande se comparado à Holanda, que
tem a menor proporção de mortes de pedestres entre os países da União Europeia,
10%, ou mesmo aos 17% registrados nas vias americanas.
Entretanto, o Brasil está em situação menos
grave se comparado a países como Mianmar, que tem a mais alta proporção de
mortes entre pedestres, e Índia, cujos usuários vulneráveis, incluindo
pedestres, ciclistas e outros não-motoristas correspondem ??por cerca de 60% de
todas as mortes em áreas urbanas.
E o melhor, entre os
usuários de estradas no Brasil, os pedestres são o único grupo que apresenta
taxas de mortalidade em consistente declínio.
O “X” da questão.
Envolver-se em um acidente com um carro a 30
km/h é 80% menos fatal para um pedestre que a 50 Km/h. A verdade é que um
pedestre tem 90% de chance de sobreviver se for atingido por um carro a 30
km/h, menos de 50% de chance a 45 km/h e quase nenhuma chance se for atingido
por um veículo a 80 Km/h.
Outro ponto é que ao contrário do que se
pensa, a ingestão de bebida alcoólica não é um problema somente para
motoristas. Estudos mostraram presença de álcool no sangue de 90% dos pedestres
feridos em acidentes.
A situação é ainda é mais grave em países de
renda baixa e média, onde 84% das estradas não têm calçadas.
Bangladesh, cuja taxa de morte de pedestres em
acidentes alcança 50%, não tem calçadas em 80% das vias, o que força as pessoas
a andarem nos acostamentos.
A construção de 75 quilômetros de calçadas em
uma única estrada poderia evitar mais de 3 mil mortes e ferimentos graves.
A estrada que liga as cidades de
Daca e Sylhet foi avaliada pelo Programa de Avaliação
Rodoviária Internacional (IRAP, na sigla em inglês) como a estrada mais mortal
do mundo. A taxa de morte é 10 vezes maior do que nas estradas de alto risco da
Grã-Bretanha.
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