FONTE: Andrew Taranrtola
(gizmodo.uol.com.br).
A
voz na sua cabeça é uma mentira. O que você ouve quando abre a boca é muito
diferente do que as outras pessoas ouvem – e a culpa é do seu crânio. Mais
precisamente, da forma como seu crânio vibra.
Sua
voz emana da parte inferior da sua garganta, conforme o ar expelido pelos
pulmões passa por suas cordas vocais, que vibram e geram som. Esse som então é
amplificado pela sua caixa de voz, modulada por palavras na sua língua e
lábios, e reverberado pela atmosfera em torno até entrar no canal auditivo do
seu ouvinte para estimular seus tímpanos e estruturas do ouvido interno – que
convertem então a forma de onda analógica em impulsos elétricos que o cérebro
consegue entender.
No
entanto, o ouvido interno não ouve só o som de fontes externas. As vibrações
que emanam de dentro do seu corpo podem ativar essas estruturas auditivas
também. Quando você fala, a rápida vibração das suas cordas vocais faz com que
a sua caixa craniana também vibre.
“Quando
você fala, as pregas vocais na sua garganta vibram, fazendo com que sua pele,
crânio e cavidades orais também vibrem, e nós percebemos esse som,” explicou
Ben Hornsby, professor de audiologia da Universidade Vanderbilt, à Popular Science.
Mas
o som não atravessa os ossos com a mesma facilidade que viaja pelo ar. Essa
resistência adicional faz a frequência de forma de onda cair, baixando o tom do
som que você ouve internamente e criando uma espécie de efeito de feedback que
estimula o tímpano de ambos os lados – isso é, os tímpanos pegam tanto
estímulos externos das palavras que saem da sua boca como também a vibração do
seu crânio. Esse fenômeno é intensificado pelo fato de que você não consegue
ouvir sua voz diretamente. Como suas orelhas estão posicionadas atrás da
sua boca (ou ao menos deveriam estar – estou falando com você, Sloth), o som
que sai da sua boca precisa primeiro bater em objetos e então voltar para a sua
orelha. Isso faz com que a forma de onda perca energia assim como frequência e
tom, resultando em uma voz distorcida em relação ao que as pessoas ouvem saindo
da sua boca. Esses dois tons – o interno e o externo – são então recombinados
no seu cérebro em um único sinal de áudio que é o que você identifica como a
sua voz, mas uma voz com baixo adicionado.
“Você
ouve sua voz em estéreo (ar e condução óssea)”, explicou Michael Kelly, autor
de Understanding the Power of Your Voice (Entendendo o poder da
sua voz, em tradução livre), à Toadmasters. “Enquanto outras
pessoas ouvem apenas em mono (condução do ar).” É por isso que você acha que
sua voz é de um jeito mas, quando vai ouvir uma gravação feita por você mesmo,
acaba se espantando e não reconhecendo quem é aquela pessoa que está
falando. [Mental Floss - BBC - PopSci -Toastmasters].
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