FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Estimativas do Instituto Nacional do
Câncer (Inca) apontam que mais de 570 mil pessoas serão diagnosticadas com
câncer neste ano no Brasil.
Diante desse quadro alarmante, o Instituto Oncoguia, uma das principais
referências do país no apoio a pacientes com câncer, insiste na importância da
prevenção e alerta que a obesidade deve ser tratada no mesmo nível de gravidade
que o tabagismo como fator de risco para o surgimento da doença.
Um estudo publicado em 13 de agosto na revista médica inglesa Lancet
mostra que a obesidade pode aumentar o risco de desenvolvimento de 10
tipos de câncer.
Conduzida por cientistas da London
School of Hygiene, a pesquisa reuniu uma base de dados inédita com mais de
cinco milhões de indivíduos
ao longo de sete anos, concluindo que pessoas em sobrepeso respondem por mais
12 mil casos de câncer por ano no Reino Unido.
De acordo com os pesquisadores, de 13 a
16 quilos extras adquiridos por um adulto
médio aumentavam o risco de seis tipos da doença: câncer de útero (maior
aumento no risco), vesícula biliar, rim, colo do útero, tireóide e leucemia
(menor aumento no risco).
A relação entre obesidade e câncer já
vem, há tempos, recebendo atenção especial da comunidade médica. Em maio deste
ano, o assunto mereceu destaque durante o congresso da Sociedade Americana de
Oncologia Clínica (ASCO, na sigla em inglês).
No mesmo mês, um estudo divulgado pelo Ministério da Saúde indicava que
50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e, destes, 17,5% são obesos.
A presidente do Instituto Oncoguia, a psico-oncologista Luciana Holtz de
Camargo Barros, destaca a importância da conscientização e da prevenção.
Ela observa que uma pesquisa realizada em 2013 pelo Datafolha, a pedido
do Oncoguia com apoio da American Cancer Society, apontou que grande parte da
sociedade ainda conhece pouco sobre a doença.
“Quando questionadas sobre fatores de risco relacionados ao câncer,
somente 11% citaram obesidade e sedentarismo. Isso é muito grave e temos que
mudar essa realidade”, ela comenta.
Para Luciana, outra triste constatação foi que 60% das pessoas,
independentemente de faixa etária, sexo, escolaridade e região de origem, entre
outros fatores, ainda associam o câncer à morte.
“Para a maioria, o câncer é a doença que mais mata no Brasil, o que não
é verdade”, ela enfatiza. O câncer é a segunda causa de mortalidade, com 17%,
enquanto as doenças do aparelho circulatório, como derrame e infarto, respondem
por 31%.
A OMS estima que no ano de 2030 o mundo terá 27 milhões de casos
incidentes de câncer, com 17 milhões de mortes, principalmente em países de
baixa e média renda.
No caso do Brasil, Luciana defende que é preciso ser mais efetivo na
prevenção da doença, conscientizando a população da importância da
vida saudável.
“Faltam investimentos em campanhas maciças de esclarecimento, para que
possamos enfrentar a doença nas duas próximas décadas”, ela conclui.
Orientações visando à prevenção
e ao apoio para pacientes com câncer são encontrados no site
do Oncoguia. Confira:
-- Adote hábitos de vida saudáveis
-- Conheça o seu organismo
-- Saiba quais são os exames preventivos adequados para você
-- Conheça seus direitos e exija garantias
-- Saiba o que é mito e o que é verdade em saúde
-- Não tenha medo da palavra câncer
-- Conheça os fatores de risco para o câncer
-- Não se afaste das pessoas com câncer
-- Se está em tratamento para o câncer, seja ativo e responsável
-- Vida a vida, não o câncer.
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