FONTE: Camila Neumam, do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
Uma doença sem cura é
o mote do "desafio do balde de gelo", uma campanha nos EUA que
desafia qualquer um a jogar um balde de água gelada na cabeça ou doar US$ 100
para a ALS Association, organização sem fins lucrativos que arrecada fundos
para pesquisa e ajuda pacientes com esclerose lateral amiotrófica.
Quem aceita o desafio
deve postar o 'banho' nas redes sociais. Os bilionários americanos Bill Gates e
Mark Zuckerberg aceitaram e abriram caminho para os brasileiros Neymar e Ivete
Sangalo, que também se esbaldaram.
A esclerose lateral
amiotrófica, conhecida no Brasil como Ela, é uma doença neuromuscular que se
caracteriza pela lesão degenerativa dos neurônios motores. A perda desses
neurônios afeta a mobilidade de pernas e braços, deixando o portador
tetraplégico com o tempo. Os músculos responsáveis pela respiração, fala e
deglutição também são afetados, dificultando e muito a possibilidade de comer e
de respirar.
"É uma perda de
massa muscular generalizada, de neurônios e de massa pelo corpo inteiro. É uma
doença cruel porque [o portador] vai perdendo os movimentos e a qualidade de
vida", afirma Beny Schmidt, chefe do laboratório de Patologia
Neuromuscular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que faz a
reabilitação de pacientes com a doença.
Tratamento
multidisciplinar.
A Ela costuma afetar
pessoas acima dos 50 anos, sem causa definida. É considerada rara por atingir
uma a cada 50 mil pessoas no mundo. No Brasil, há 12 mil casos de Ela, segundo
a Abrela (Associação Brasileira
de Esclerose Lateral Amiotrófica).
Como não há cura, o
tratamento deve ser multidisciplinar para manter o paciente vivo. Um
neurologista precisa avaliar as funções dos neurônios motores e prescrever
remédios, assim como um fisioterapeuta e terapeuta ocupacional são necessários
para ajudar na mobilidade do paciente. Nutricionista, cardiologista e psicólogo
também são indicados porque o doente poderá usar sondas para comer e ter suas
funções cardíacas comprometidas.
"A Ela não afeta
a inteligência, por isso é ideal um acompanhamento psicológico. A gente quer
dar dignidade para a pessoa viver, mesmo com frauda e respiradores", diz
Schmidt.
Porém, antes de
enfrentar o desafio de sobreviver, o primeiro obstáculo do portador da Ela é
ter o diagnóstico, que demora pelo menos um ano para ser feito por poder ser
confundido com outras doenças neuromotoras como alzheimer e parkinson.
"Muitos casos de
Ela passam primeiro no ortopedista, mas é o neurologista que tem habilidade
para detectar suas características já no exame clínico [no consultório] e pedir
os exames necessários que indicarão a doença", diz Pedroso.
Uma
eletroneuromiografia avalia por meio de estímulos elétricos de baixa
intensidade, como pequenos choques, os nervos e os músculos com auxílios de agulhas,
mas o procedimento pode ser doloroso.
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