FONTE: Do UOL, em
São Paulo (noticias.uol.com.br).
Os pesquisadores
deram mais um passo na definição sobre ejaculação feminina, realizando os
primeiros exames em mulheres que liberam grande quantidade de líquido durante o
orgasmo.
Algumas mulheres
liberam um líquido branco e leitoso de sua uretra durante o clímax da relação
sexual. E consideram se tratar da ejaculação feminina. Outras mulheres relatam
"esguichar" uma quantidade muito maior de líquido -- o suficiente
para molhar a cama.
Estudos pontuais têm
sugerido que o líquido branco e leitoso vem de glândulas de Skene, que são
estruturas minúsculas que fazem a drenagem na uretra. Médicos acreditam que
essas glândulas são semelhantes as da próstata masculina, apesar da diferença
entre o tamanho e a forma.
Para investigar a
natureza e as origens do fluido, Samuel Salama, um ginecologista do hospital
Parly II em Le Chesnay, na França, e sua equipe recrutaram sete mulheres que
relatam produzir grandes quantidades de líquido -- comparável a um copo de água
-- no orgasmo.
Em primeiro lugar,
essas mulheres foram convidadas a fornecer uma amostra de urina. Uma
ultrassonografia de suas pélvis confirmou que a bexiga estava completamente
vazia. As mulheres, então, se masturbaram até estarem perto de ter um orgasmo.
A segunda
ultrassonografia pélvica foi realizada pouco antes das mulheres chegarem ao
clímax. No momento do orgasmo, o fluido foi coletado e uma última varredura
pélvica foi realizada.
O segundo exame
mostrou que as bexigas dessas mulheres estavam completamente cheias. E o
terceiro e último exame revelou que as bexigas voltaram a ficar vazias, ou
seja, o líquido que foi liberado no orgasmo pode ter tido origem na bexiga.
Uma análise química
também foi realizada em todas as amostras de fluido. Duas mulheres não
mostraram diferença entre as substâncias químicas presentes na urina e no
líquido proveniente do orgasmo.
As outras cinco
mulheres apresentaram uma pequena quantidade de antígeno, moléculas estranhas
ao organismo, específico da próstata (PSA) presente no fluido.
O PSA, produzido em
homens pela próstata, é mais comumente associado com ejaculação masculina, onde
a sua presença ajuda o esperma nadar. Nas mulheres, diz Salama, ele é produzido
principalmente pelas glândulas de Skene.
Beverley Whipple, um
neurofisiologista da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey, EUA, diz que o
termo "ejaculação feminina" se refere à produção da pequena
quantidade de líquido branco e leitoso no orgasmo e não ao "esguicho"
investigado neste trabalho.
"Este estudo
aborda os outros dois tipos de fluidos que podem ser expulsos da uretra
feminina: a urina pura e urina diluída em substâncias da próstata
feminina", diz Whipple.
Já Barry Komisaruk,
também da Universidade Rutgers , diz que "este estudo apresenta evidências
convincentes de que o 'esguicho' em mulheres é quimicamente similar à urina, e
também contém pequenas quantidades de PSA que está presente em homens e na
'verdadeira' ejaculação feminina".
"Este estudo ajuda
a conciliar a controvérsia sobre os fluidos que muitas mulheres relatam lançar
no orgasmo", acrescenta.
Florian Wimpissinger,
do hospital Rudolfstiftung de Viena, na Áustria, sugere que a presença de PSA
no fluido de algumas mulheres pode acontecer porque as emissões provenientes
das glândulas de Skene podem viajar da bexiga para o orgasmo.
Por que algumas
mulheres experimentam estes diferentes tipos de ejaculação e outras não ainda
não está claro, diz Salama, mas ele acredita que toda mulher é capaz de
"chegar ao esguicho se o parceiro souber o que está fazendo".
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