FONTE: Noelle Marques, Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
Causadora de repulsa, gritos e nojo, a barata
pode ir além disso. O inseto também pode causar alergias nas pessoas. Isso se
deve porque quando a barata morre, ela passa a ser parte constituinte da
poeira.
O médico alergista e especialista da Asbai
(Associação Brasileira de Alergia e Imunologia) Martti Anton Antila explica que
como o Brasil é um país tropical, a quantidade de baratas é grande na poeira.
"Os sintomas de quem tem o contato com essa
poeira, que tem a presença da barata, são muito próximos aos de alergia a
ácaros, como coriza, espirro, coceira nos olhos e asma", diz Antila.
Dependendo do ambiente em que elas morrem, o
corpo delas vai se decompondo, secando e vai se misturando com a poeira do
local. É um processo natural de decomposição, como de qualquer outro animal,
afirma o biólogo e vice-presidente da Aprag (Associação dos Controladores de
Pragas Urbanas), Sérgio Bocalini.
"A barata possui alguns compostos no
organismo que podem provocar processos alérgicos. E isso pode se dar com ela
ainda viva, com a liberação de feromônios por onde ela passa. E quando existe a
fragmentação pós-morte, se misturando com a poeira do ambiente, e alguém respira,
essa pessoa pode ter uma reação alérgica em função da presença desses
compostos", diz o biólogo.
Segundo Antila, a presença da barata na poeira
não potencializa a alergia, ela apenas acrescenta um possível componente que
pode desencadear a doença. "Quem tem alergia ao ácaro, pode não ter a
barata e vice e versa".
Prevenção e tratamento.
Para prevenir a presença do inseto na poeira do
ambiente, o médico alergista Martti Anton Antila recomenda deixar o
ambiente limpo e controlar a umidade do local, pois esta é proporcional a
quantidade de ácaros do local.
"Quanto mais úmido o local, a quantidade de
ácaros será maior. E a de baratas também, já que elas não gostam de ambientes
secos", diz Antila.
Outro método recomendado pelo médico é recorrer a
dedetização.
De acordo com Antila, o tratamento é similar ao
dos ácaros, isto é, baseado nos sintomas.
"A pessoa pode desencadear uma conjuntivite,
então é isso que será tratado, pois cada [sintoma] tem seu tratamento
específico", afirma.
Outra saída é a imunoterapia, também chamada de
vacina para alergia, onde o tratamento diminui a sensibilidade de pessoas que
se tornaram alérgicas a determinadas substâncias. Neste caso, o paciente recebe
doses dos alérgeno ao qual é sensível por um determinado período.
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