FONTE: Elioenai Paes - iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Mais de um bilhão de pessoas ao
redor do mundo têm carência de vitamina D causada pela pouca exposição
solar.
A falta da substância parece
causar um aumento do risco de desenvolver diabetes. É o que diz uma nova
pesquisa publicada no periódico Clinical Endocrinology & Metabolism.
O estudo, que avaliou 148
pacientes em dois hospitais da Espanha, mostrou que pessoas obesas que não
tinham alterações metabólicas glicêmicas apresentaram um nível mais alto de
vitamina D do que aqueles que tinham diabetes.
Da mesma forma, pacientes dentro
do peso com diabetes ou com outros problemas metabólicos ligados à glicose
tinham mais propensão a ter níveis baixos de vitamina D.
Logo, os cientistas
correlacionaram a carência de vitamina D com o aumento do diabetes.
Os resultados do estudo ajudam a
entender a conexão entre vitamina D, obesidade e diabetes.
De acordo com a Sociedade de
Endocrinologia dos Estados Unidos, estudos anteriores descobriram que pessoas
que têm baixos níveis de vitamina D são mais propensas a serem obesas.
A condição também permite uma
propensão maior a desenvolver diabetes tipo 2, pré-diabetes e síndrome metabólica,
em relação às pessoas que têm níveis normais de vitamina D.
“Nossa pesquisa indica que a
vitamina D está mais associada a problemas do metabolismo glicêmico do que com
a obesidade”, disse o autor do estudo, Manuel Macías-Gonzáles, do Virgen de la
Victoria, Complexo Hospitalar de Málaga, na Espanha.
“O estudo sugere que deficiência
em vitamina D e obesidade interagem sinergicamente aumentando o risco de
diabetes e outros problemas metabólicos. Uma pessoa comum pode tentar reduzir o
risco mantendo uma dieta saudável e exercícios físicos regulares”, disse.
A vitamina D ajuda o corpo a
absorver cálcio e mantêm ossos e músculos saudáveis. A pele naturalmente produz
essa substância depois da exposição à luz do sol.
"Sol
em gotas".
O endocrinologista Sérgio Maeda,
da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO),
explica como o sol faz a vitamina D circular no sangue: “Na nossa pele há um
precursor da vitamina D, um composto derivado do colesterol. Quando a luz do
sol bate na pele, esse precursor se transforma na pré-vitamina D. Ela cai no
sangue, passando por duas ativações: a primeira no fígado e a segunda nos rins.
Depois disso, ela vira vitamina D ativa”, diz ele.
Os idosos têm mais dificuldade em
absorver essa vitamina D vinda da luz do sol porque a pele na terceira idade
fica mais fina, diminuindo esse composto derivado do colesterol que absorve os
raios solares.
Para eles, Maeda recomenda o “sol
em gotas”, um suplemento “mastigado” que, quimicamente, é produzido como se já
tivesse passado pela ativação do sol, caído na corrente sanguínea e também sido
ativado pelo fígado.
“Só fica faltando o rim para o
composto se transformar em vitamina D”, diz ele. E ele se transforma, repondo a
carência nos idosos.
Para Maeda, serão necessários
mais estudos para comprovar efetivamente a relação entre falta de vitamina D e
diabetes.
“Este foi um estudo de
associação, o melhor seria fazer um estudo clínico, randomizado e controlado.
Pegar duas populações de diabéticos e dar vitamina D para uma e para a outra
não, para ver se muda algo”, explica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário