FONTE: Bia Souza, Do UOL em São Paulo (noticias.uol.com.br).
Queridinho das dietas
das revistas e dos blogs, o açúcar de coco é a nova moda para quem quer
emagrecer. Mas será que ele é mesmo uma escolha mais saudável? Este açúcar é
feito do extrato das flores da palma de coco, e não é processado.
O açúcar de coco se
tornou popular por promover baixo índice glicêmico (IG) --o que significa que o
açúcar presente no alimento vai lentamente para a corrente sanguínea, explica a
nutricionista Angela Bersch, do Hcor (Hospital do Coração). "Um alimento
considerado de baixo IG é aquele com glicose menor que 55mg. O IG do açúcar de
coco, por exemplo, é de 35mg. Já o do açúcar comum é 68mg."
Os picos de açúcar
estão associados a ocorrência
de diabetes e ao chamado efeito rebote, segundo
nutricionistas. Em resposta à alta do açúcar no sangue, o pâncreas produz
grande quantidade de insulina e o alimento é digerido rapidamente. Comidas com
baixo índice glicêmico reduziriam os níveis de glicose no sangue.
Para Bersch, essa
dieta traz benefícios como redução do colesterol sintetizado pelo fígado e a
diminuição dos níveis de ácido úrico. "Cerca de 100g do produto tem,
aproximadamente, 50kcal a menos que a mesma quantidade de açúcar refinado [398
kcal]". A nutricionista lembra, no entanto, que a recomendação de consumo
de açúcar diário da OMS (Organização Mundial de Saúde) é de entre 25g e 50g por
dia (incluído o açúcar de bebidas e de comidas). Uma colher de sopa corresponde
a 25g.
Entre os refinados e os
orgânicos.
Os açúcares vendidos
no mercado são muito diferentes entre si. Os brancos são os refinados e os
escuros os menos refinados. O refinamento é a introdução de produtos químicos
para produção de um produto mais claro e fino. O açúcar mascavo e o demerara
são mais escuros por não passarem por esse processo e com isso preservam mais o
gosto da cana-de-açúcar. Com o refinamento, o açúcar perde os nutrientes e
passa a oferecer apenas calorias.
Os orgânicos não
utilizam nenhum produto químico, desde o plantio até a indústria. O light é a
mistura do açúcar com adoçante e por isso, tem o gosto totalmente diferente dos
demais. Já o açúcar de frutose é encontrado em frutas e vegetais.
Nem tudo é doce.
A dificuldade ao
substituir o açúcar refinado pelos orgânicos está no sabor. Por não passarem
por processos químicos, eles não são tão doces, o que faz as pessoas aumentarem
a quantidade usada.
"O ideal é
substituir a quantidade e não aumentar a proporção. Neste caso, depende do
objetivo do paciente. Se for o de reduzir calorias e não consegue se adaptar ao
paladar menos doce, sendo necessário aumentar a proporção, não existe vantagem
em substituir um açúcar pelo outro", explica Bersch.
Para Denise Mafra,
nutricionista da UFF, não existe o "açúcar ideal". "Se existe um
melhor? Na minha opinião, nenhum deles!"
Se o indivíduo não
consegue deixar de comer açúcar simples, deveria então optar pelo açúcar
mascavo e, lembrando, sempre com bastante moderação. Pois vivemos um momento em
que os índices de obesidade vêm aumentando de forma alarmante na população
brasileira."
Denise Mafra,
da UFF.
Mas se não dá para
resistir a vontade de comer um doce, Angela Bersch recomenda não passar de 10%
do valor total calórico ingerido no dia. "Para saber quanto 10% representa
em gramas de açúcar, por dia, é possível fazer uma conta: um indivíduo que
ingere 2000 kcal, diariamente, pode ingerir 200 kcal de açúcar, o que equivale
a 50g, ou seja, duas colheres de sopa".
O problema não está
no açúcar que adicionamos, mas, sim, no açúcar embutido nos alimentos
processados."
Angela
Bersch, do HCor.
Alimentos como
macarrão, pão francês e até um pastel contêm carboidratos que se transformam em
açúcar no organismo. O ketchup, por exemplo, é um molho com alto teor de
açúcar.
Uma dica importante é
ler as indicações nutricionais dos rótulos e saber interpretá-los: a ordem dos
ingredientes é relativa à quantidade existente no produto. Se o açúcar estiver
entre os primeiros da lista, significa que o produto tem muito deste
ingrediente.
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