FONTE: ***, TRIBUNA DA BAHIA.
Ao localizar onde estão os "erros"
genéticos ligados a tumores, os resultados ajudam a construir um conhecimento
mais completo das bases genéticas da doença.
Duas
pesquisas lideradas por cientistas da Universidade de Cambridge, na Inglaterra,
e publicadas na segunda-feira (2/5) fazem a análise mais abrangente já
realizada sobre os genes e processos de mutação envolvidos com o câncer de
mama.
Segundo
os autores, ao localizar onde estão os "erros" genéticos ligados a
tumores, os resultados ajudam a construir um conhecimento mais completo das
bases genéticas da doença.
De
acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), depois dos tumores de pele
não melanoma, o câncer de mama é o tumor mais frequente nas mulheres
brasileiras.
As
estimativas do Ministério da Saúde no ano passado previam 57,9 mil novos casos
da doença em 2016, com um risco estimado de 56 casos a cada 100 mil mulheres.
Um dos
estudos, publicado na revista Nature, analisa as mutações celulares ocorridas
em sequências de genomas e relacionadas ao câncer de mama.
A
outra, publicada na revista Nature Communications, do mesmo grupo, avalia como
essas mutações se relacionam com aspectos da estrutura genômica.
No
primeiro levantamento, liderado por Michael Stratton, os cientistas analisaram
o genoma completo de tecidos normais e de tumorais de 560 pacientes de câncer
de mama.
Os
autores identificaram mutações em 93 genes que estão relacionados à gênese da
doença. Várias das mutações estão associadas com problemas no mecanismo de
reparo do DNA e com as funções de dois genes supressores de tumores, segundo os
autores do artigo.
De
acordo com Stratton, é um "marco" nos estudos sobre câncer. "Há
cerca de 20 mil genes no genoma humano. Agora, com uma visão completa sobre o
câncer de mama, sabemos que 93 desses genes, se alterados, vão converter uma
célula normal da mama em uma célula de câncer de mama. Essa é uma informação
muito importante", disse à BBC.
Segundo
Stratton, 60% das mutações que levam ao câncer de mama foram encontradas em
apenas dez genes. "Vamos oferecer essa lista às universidades e às
empresas farmacêuticas e de biotecnologia para que comecem a desenvolver novas
drogas, pois esses genes com mutações e suas proteínas podem ser alvo para
novas terapias", afirmou.
Assinaturas.
No
segundo estudo, liderado por Serena Nik-Zainal, os cientistas usaram os mesmos
560 genomas de câncer de mama para identificar mutações específicas que podem
servir como "assinaturas" desse tipo de tumor.
Essas
mutações estão associadas a elementos da arquitetura do genoma e ao momento de
replicação de algumas das partes do código genético.
"No
futuro, gostaríamos de ser capazes de traçar o perfil individual de genomas do
câncer, de modo que possamos identificar o tratamento com maior probabilidade
de sucesso", afirmou Serena à BBC.
*** As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
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