quinta-feira, 5 de maio de 2016

USO INDISCRIMINADO DE ANTIBIÓTICOS PODE CAUSAR RESISTÊNCIA BACTERIANA...

FONTE:, (www.msn.com).



Você sabe quando é realmente necessário tomar antibiótico? Algumas pessoas podem confundir infecção odontogênica, causada por micro-organismos, e inflamação, originada pelo nosso corpo como forma de defesa a um agente infeccioso. Na tentativa de combater a doença, muitas acabam tomando anti-inflamatórios por falta de conhecimento ou auxílio de um profissional adequado. Para não correr riscos, é necessário ir ao especialista mais próximo e realizar um diagnóstico, e não cair na tentação de se automedicar. O uso exagerado e indiscriminado, sem o devido diagnóstico do dentista, pode trazer insuficiência renal no caso de anti-inflamatórios, além de intoxicação e resistência bacteriana, tratando-se de antibióticos.

Conforme a cirurgiã-dentista especialista em traumatologia bucomaxilofacial Carla Renata Sarni (CROSP: 56568), determinados profissionais prescrevem antibióticos preventivamente ao encontrarem uma inflamação, já que a boca tem muitas bactérias. “Essa ação chama-se profilaxia antibiótica e serve para prevenir uma infecção, não para contorná-la”, explica. As recomendações dadas pela American Dental Association (ADA) ditam que o uso de antibiótico antes de procedimentos odontológicos é permitido em pacientes com doenças cardíacas congênitas e àqueles com transplante de coração. “Essas pessoas estão no grupo de risco e apresentam o mecanismo de defesa bastante debilitado, o que as libera para fazer a profilaxia antibiótica. Qualquer descuido da parte delas e da nossa pode originar uma infecção”, acrescenta.  

Na odontologia, pacientes tomam antibióticos para tratar infecções odontogênicas e, nos que apresentam risco, para prevenir endocardite bacteriana – quando válvulas do coração são afetadas por agentes infecciosos. Aqueles com o mecanismo de defesa comprometido por conta de tratamentos farmacológicos ou em decorrência de alguma doença também devem fazer uso da substância. O dentista pode tanto prescrever quanto aplicar medicamentos de uso externo (intravenosos, intramusculares, subcutâneos etc.) e interno (orais, sublinguais, retais). “O profissional, entretanto, deve conhecer a farmacologia dos remédios, bem como os efeitos adversos, as possíveis alterações e, principalmente, as indicações e contraindicações”, comenta Carla. 

Os antibióticos ajudam nosso corpo a lutar contra infecções causadas por bactérias. “Muitos micro-organismos protegem-se do nosso sistema imune, e nossas células de defesa não são eficazes. O medicamento quebra, então, a barreira de proteção das bactérias e ajuda-nos a eliminar a infecção”, conta Carla.  Eles são divididos em dois grandes grupos: os bactericidas, destruidores de bactérias, e os bacteriostáticos, que impedem o desenvolvimento e crescimento delas. 

Segundo Carla, os dentistas costumam dar preferência aos antibióticos bactericidas, já que são mais assertivos. “Eles combatem e eliminam o problema.” Os bacteriostáticos são prescritos geralmente quando a infecção já está em um grau muito extenso. “Usamos para impedir o desenvolvimento das bactérias e depois entrar com o bactericida, eliminando os micro-organismos.” 

O tratamento dura em média de sete a dez dias, com o paciente apresentando melhora em seu quadro clínico nas primeiras 48 horas. “Se ele não estiver melhor em três dias, em torno de  62 horas,  o indicado é que volte ao profissional para trocar a medicação, porque provavelmente há resistência bacteriana”, recomenda. 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece que a dose diária de um antibiótico deve ser definida levando em consideração a posologia do medicamento, peso corporal e idade do paciente. “Por isso, na hora da prescrição, o dentista precisa pensar na toxidade e na ação do remédio”, avalia. Sem um acompanhamento profissional e não sabendo a quantidade correta, o indivíduo pode intoxicar-se. Segundo a especialista, a automedicação é um hábito recorrente entre as pessoas, mas que deve ser erradicado.


Para o tratamento ser bem sucedido, é necessário que o paciente siga exatamente as orientações do dentista, obedecendo aos horários e às doses prescritos. “Caso contrário, as bactérias vão criar resistência ao antibiótico”, afirma Carla.

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