FONTE:, (www.msn.com).
Você sabe quando é realmente necessário tomar
antibiótico? Algumas pessoas podem confundir infecção odontogênica, causada por
micro-organismos, e inflamação, originada pelo nosso corpo como forma de defesa
a um agente infeccioso. Na tentativa de combater a doença, muitas acabam
tomando anti-inflamatórios por falta de conhecimento ou auxílio de um
profissional adequado. Para não correr riscos, é necessário ir ao especialista
mais próximo e realizar um diagnóstico, e não cair na tentação de se
automedicar. O uso exagerado e indiscriminado, sem o devido diagnóstico do
dentista, pode trazer insuficiência renal no caso de anti-inflamatórios, além de
intoxicação e resistência bacteriana, tratando-se de antibióticos.
Conforme a cirurgiã-dentista especialista em
traumatologia bucomaxilofacial Carla Renata Sarni (CROSP: 56568), determinados
profissionais prescrevem antibióticos preventivamente ao encontrarem uma
inflamação, já que a boca tem muitas bactérias. “Essa ação chama-se profilaxia
antibiótica e serve para prevenir uma infecção, não para contorná-la”, explica.
As recomendações dadas pela American Dental Association (ADA) ditam que o uso
de antibiótico antes de procedimentos odontológicos é permitido em pacientes
com doenças cardíacas congênitas e àqueles com transplante de coração. “Essas
pessoas estão no grupo de risco e apresentam o mecanismo de defesa bastante
debilitado, o que as libera para fazer a profilaxia antibiótica. Qualquer
descuido da parte delas e da nossa pode originar uma infecção”, acrescenta.
Na odontologia, pacientes tomam antibióticos para tratar
infecções odontogênicas e, nos que apresentam risco, para prevenir endocardite
bacteriana – quando válvulas do coração são afetadas por agentes infecciosos.
Aqueles com o mecanismo de defesa comprometido por conta de tratamentos
farmacológicos ou em decorrência de alguma doença também devem fazer uso da
substância. O dentista pode tanto prescrever quanto aplicar medicamentos de uso
externo (intravenosos, intramusculares, subcutâneos etc.) e interno (orais,
sublinguais, retais). “O profissional, entretanto, deve conhecer a farmacologia
dos remédios, bem como os efeitos adversos, as possíveis alterações e,
principalmente, as indicações e contraindicações”, comenta Carla.
Os antibióticos ajudam nosso corpo a lutar contra
infecções causadas por bactérias. “Muitos micro-organismos protegem-se do nosso
sistema imune, e nossas células de defesa não são eficazes. O medicamento
quebra, então, a barreira de proteção das bactérias e ajuda-nos a eliminar a
infecção”, conta Carla. Eles são divididos em dois grandes grupos: os
bactericidas, destruidores de bactérias, e os bacteriostáticos, que impedem o
desenvolvimento e crescimento delas.
Segundo Carla, os dentistas costumam dar preferência aos
antibióticos bactericidas, já que são mais assertivos. “Eles combatem e
eliminam o problema.” Os bacteriostáticos são prescritos geralmente quando a
infecção já está em um grau muito extenso. “Usamos para impedir o
desenvolvimento das bactérias e depois entrar com o bactericida, eliminando os
micro-organismos.”
O tratamento dura em média de sete a dez dias, com o
paciente apresentando melhora em seu quadro clínico nas primeiras 48 horas. “Se
ele não estiver melhor em três dias, em torno de 62 horas, o
indicado é que volte ao profissional para trocar a medicação, porque
provavelmente há resistência bacteriana”, recomenda.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece que a
dose diária de um antibiótico deve ser definida levando em consideração a
posologia do medicamento, peso corporal e idade do paciente. “Por isso, na hora
da prescrição, o dentista precisa pensar na toxidade e na ação do remédio”,
avalia. Sem um acompanhamento profissional e não sabendo a quantidade correta,
o indivíduo pode intoxicar-se. Segundo a especialista, a automedicação é um
hábito recorrente entre as pessoas, mas que deve ser erradicado.
Para o tratamento ser bem sucedido, é necessário que o
paciente siga exatamente as orientações do dentista, obedecendo aos horários e
às doses prescritos. “Caso contrário, as bactérias vão criar resistência ao
antibiótico”, afirma Carla.
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