FONTE: Jorge Cosme, TRIBUNA DA BAHIA.
Publicada pelo Leia Já, site parceiro do Tribuna da Bahia.
A
Polícia Civil de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, prendeu uma falsa
advogada que aplicava golpes em pessoas de baixa renda do município.
Luciene
Santina de Barros, de 31 anos, chegava a pedir que sues clientes fizessem
serviços de limpeza em sua residência quando não tinham dinheiro.
A
suspeita de estelionato já atuava há algum tempo. Os primeiros registros são em
Cavaleiro, bairro de Jaboatão dos Guararapes, também na RMR, onde há uma série
de denúncias junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de pessoas lesadas.
Em
Olinda, ela dizia se chamar Ludmila Moura. Desde abril, após pressão de
clientes que cobravam a resolução de seus casos, ela havia fugido para o
município de Igarassu e já estava com novo visual, chamando-se Jaqueline e
tentando se estabelecer novamente como advogada.
Só em
Olinda há oito processos em aberto contra Luciene. A delegada Euricélia
Nogueira, responsável pelas investigações, acredita que o número deve subir
após a divulgação da história na imprensa. “No celular dela havia 112 contatos
bloqueados no WhatsApp. Saí liberando todos e apareceu mensagens ‘cadê minha
ação?’ e ‘você tá me devendo tanto’”, contou Nogueira.
Maria
de Lourdes de Sá, comerciante de 53 anos, foi uma das vítimas de Luciene. Ela
procurou os serviços da “advogada” em dezembro de 2015 para obter informações
sobre aposentadoria.
Segundo
Maria de Lourdes, Luciene dizia que a cliente tinha direito à aposentadoria do
marido, recém falecido, apesar da própria Maria de Lourdes discordar. Com a
negativa, a suspeita disse que poderia conseguir a aposentadoria por invalidez.
“Eu
contratei ela, paguei logo R$ 1,5 mil pelo trabalho. A gente foi fazendo
amizade e essa amizade cresceu. Aí ela precisou do cartão pra comprar um ar
condicionado, um celular e outras compras. Ela dizia ‘eu lhe pago direitinho’”,
lembra Maria de Lourdes de Sá. Luciene nunca pagou.
A
vítima contabiliza ter ficado com um prejuízo de R$ 10.750. Ela conseguiu
reaver o ar condicionado e o celular – este último teve as funcionalidades
bloqueadas pela suspeita.
O
presidente da Comissão Contra o Exercício Ilegal da Profissão da OAB, Helder
Pessoa de Macedo, foi responsável por fazer uma representação e entregar à
delegada. Segundo ele, a população precisa ficar mais atenta ao contratar um
advogado.
“Você
precisa saber se a pessoa realmente tem o registro no Cadastro Nacional dos
Advogados (CNA). Ou você vai na OAB e pede a certidão do advogado ou faz a
pesquisa no próprio site da ordem”, explica.
Luciene
Santina de Barros vai responder por estelionato, exercício ilegal da profissão
e falsidade ideológica. Ela foi encaminhada à Colônia Penal Feminina do
Bom Pastor, no Recife.
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