FONTE: Carmen Vasconcelos (carmen.vasconcelos@redebahia.com.br), CORREIO DA BAHIA.
Não há estimativa de custo para o
tratamento nem quando ele será oferecido pelo SUS.
Em 2008, o advogado Cícero Lima Filho buscou um
pneumologista para tratar uma tosse forte. Descobriu uma macha grande no pulmão
esquerdo. No início do ano seguinte, ele precisou retirar o órgão que estava
comprometido com um câncer agressivo. Nos seis meses seguintes se submeteu ao
tratamento quimioterápico. Em 2010, nas consultas de controle, descobriu que o
câncer havia voltado e que atacava o pulmão direito. Em 2014, Cícero fez uma
cirurgia com radioterapia que retirou os nódulos pulmonares.
Em 2015, ele passou a integrar um protocolo de pesquisa
que trata pacientes com cânceres que não responderam aos tratamentos
convencionais. O procedimento conhecido como imunoterapia atua com uma classe
de medicamentos que estimula o próprio sistema imunológico do paciente a
combater o tumor. No caso específico de Cícero, a droga (nivolumabe) foi
aprovada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no
final de 2015, e deve começar a ser comercializada no país a partir de julho,
sendo o primeiro imuno-oncológico para tratar câncer de pulmão. Não há
estimativa de custo para o tratamento nem quando ele será oferecido pelo SUS.
Mas o caminho é promissor.
“Realizei 12 sessões e os resultados das tomografias têm
sido animadores”, diz Cícero, ressaltando que, no tratamento, não há perda de
cabelo e se ganha em qualidade de vida. “Nunca fumei na vida e a descoberta
dessa doença foi impactante, no entanto, nunca me permitir desanimar ou me
afastar das atividades cotidianas”, conta o advogado que, a cada 15 dias, sai
de Senhor do Bonfim e vem a Salvador fazer o tratamento experimental.
Defesas.
De acordo com a oncologista Clarissa Mathias, do Núcleo de Oncologia da Bahia, o objetivo dessa terapia (que é considerada um divisor de águas no tratamento do câncer) é curar por meio da estimulação do sistema imunológico, uma vez que essas drogas retiram das células cancerígenas a capacidade de se ‘esconder’ do sistema imune. “Para o Brasil, foram destinados 250 protocolos de tratamento para pesquisa e, embora os resultados sejam muito animadores, o custo do tratamento ainda é um aspecto muito preocupante”, completa. Para o chefe do setor de oncologia do Hospital Sírio-Libanês, uma das referências no país, Paulo Hoff, a imunoterapia é conhecida há cerca de 50 anos, mas só começou a apresentar resultados satisfatórios há pouquíssimo tempo, quando os cientistas ganharam mais conhecimento sobre o funcionamento do sistema imune. “Uma das grandes vantagens desse tipo de tratamento reside no fato dele não causar os efeitos colaterais das terapias convencionais”, esclarece o médico.
De acordo com a oncologista Clarissa Mathias, do Núcleo de Oncologia da Bahia, o objetivo dessa terapia (que é considerada um divisor de águas no tratamento do câncer) é curar por meio da estimulação do sistema imunológico, uma vez que essas drogas retiram das células cancerígenas a capacidade de se ‘esconder’ do sistema imune. “Para o Brasil, foram destinados 250 protocolos de tratamento para pesquisa e, embora os resultados sejam muito animadores, o custo do tratamento ainda é um aspecto muito preocupante”, completa. Para o chefe do setor de oncologia do Hospital Sírio-Libanês, uma das referências no país, Paulo Hoff, a imunoterapia é conhecida há cerca de 50 anos, mas só começou a apresentar resultados satisfatórios há pouquíssimo tempo, quando os cientistas ganharam mais conhecimento sobre o funcionamento do sistema imune. “Uma das grandes vantagens desse tipo de tratamento reside no fato dele não causar os efeitos colaterais das terapias convencionais”, esclarece o médico.
Clarissa Mathias destaca também que o nivolumabe se
mostrou seguro, inclusive, para tratar o câncer de pacientes com outras doenças
graves, as chamadas co-morbidades. “As pesquisas mostram que a medicação poderá
ser usada para tratar mais de 30 tipos de doenças oncológicas” pontua a médica.
Os trabalhos demonstraram que o nivolumabe bloqueia uma proteína chamada
PD-1, dobrando a sobrevida de pacientes com câncer de pulmão. Nos que produziam
altos níveis de PD-L1, a sobrevida chegou a 19,4 meses.
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