Dizem
que o álcool prejudica o julgamento das pessoas. De acordo com um novo
estudo publicado no periódico científico Psychopharmacology, tomar
uma cerveja tem efeito contrário em relação a uma habilidade específica — e
muito importante: a capacidade de reconhecer emoções, como felicidade.
Para
chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade de Basel, na Suíça,
realizaram um experimento com 60 pessoas com idade entre 18 e 50 anos. Os
participantes foram divididos em dois grupos, o primeiro teve de consumir
cerveja com álcool e o segundo cerveja sem álcool, durante 15 minutos. No
entanto, nenhum dos grupos sabia qual estava bebendo.
Cerca
de 30 minutos depois de terem consumido a bebida – tempo suficiente para
começar a perceber seus efeitos no corpo – os pesquisadores começaram os
experimentos. No primeiro deles, eles mostravam aos participantes fotos de
rostos que expressavam uma das seguintes emoções: medo, tristeza, nojo,
felicidade, raiva e surpresa. E os voluntários precisavam identificar qual
emoção estava expressa em cada imagem.
Os
resultados mostraram que as pessoas que receberam cerveja normal – elas
beberam, em média, 500 ml, quantidade suficiente para alterar sua habilidade de
reconhecer emoções, mas alterar a execução das tarefas requeridas – tiveram
melhor desempenho em reconhecer a expressão de felicidade do que aquelas
que ingeriram a versão sem álcool.
“Nós descobrimos que tomar um copo de cerveja
ajuda as pessoas a perceberem mais rápido a felicidade nas outras
pessoas e isso aumenta o envolvimento com situações emocionais positivas”,
disse Matthias Liechti, professor da psicofarmacologia
na Universidade de Basel e coautor do estudo.
Por
meio de outros experimentos, os pesquisadores concluíram também que as pessoas
que ingeriram álcool tinham mais vontade de permanecer na companhia de outras
pessoas e estavam mais interessados em ver imagens sexuais, em comparação com
aquelas que beberam cerveja não alcoólica. Em ambos os casos, esse efeito
foi maior nas mulheres do que nos homens.
Uma
possível explicação para isso, segundo Wim van den Brink, professor de
psiquiatria e vício na Universidade de Amsterdã que não participou do estudo, é
que, embora homens e mulheres tenham ingerido a mesma quantidade de cerveja, a
concentração de álcool no sangue de ambos é diferente – tende a ser maior nas
mulheres – e isso causaria efeitos mais exacerbados, mais rapidamente.
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