Justificam-se,
sobretudo, com o facto de terem vidas muito ocupadas e não manterem a pílula em
local visível.
As mulheres que estão na
casa dos 20 anos enfrentam mudanças frequentes nas suas vidas. Uma investigação
internacional, encomendada pela Bayer, indica que as alterações de rotina
aumentam os níveis de stresse e acabam por potenciar o esquecimento de hábitos
diários como a toma da pílula contraceptiva.
O estudo, intitulado Millennial
and Contraception – Why do we forget?, foi divulgado este domingo, a
anteceder o Dia Mundial da Contracepção, que se assinala a 26 de Setembro. Um
inquérito online foi conduzido em nove países: seis dentro (França,
Alemanha, Itália, Espanha, Bélgica Irlanda) e três fora (México, Brasil e EUA)
da Europa. Reuniu informação sobre 4500 mulheres, 500 mulheres por país, com
idades compreendidas entre 21 e 29 anos, todas consumidoras de algum
contraceptivo oral diário.
Os investigadores analisaram
a mudança do estilo de vida daquelas mulheres no espaço de um ano. E tentaram
perceber como podem as mudanças, como o fim de uma relação ou uma mudança na
carreira, afectar os seus hábitos diários. Concluíram que elas experimentaram,
em média, duas grandes rupturas naquele período. Três quartos das participantes
(75%) concordaram que estas interrupções aumentaram os seus níveis de stresse.
As mulheres admitiram
esquecer com alguma regularidade actividades diárias, como por exemplo, tomar a
pílula, tirar a maquilhagem antes de ir para a cama ou carregar o telemóvel. A
toma diária da pílula era, de resto, uma das tarefas com maiores probabilidades
de esquecimento.
Segundo a informação
avançada pela farmacêutica, 39% das inquiridas afirmaram ter-se esquecido de
tomar a pílula pelo menos uma vez no mês anterior. Algumas esqueceram-se uma ou
mais vezes por semana. Justificam-se, sobretudo, com o facto de terem vidas
muito ocupadas e não manterem a pílula em local visível.
94% das mulheres portuguesas usam contraceptivo.
Não é novidade que o stress
pode prejudicar a memória. Só que, como lembra Tina Peers, médica envolvida no
estudo e citada na nota de divulgação da Bayer, esquecer de tomar a pílula não
é igual a esquecer de tirar a maquilhagem. As consequências podem ser bem
diferentes, razão pela qual aconselha estas mulheres a procurarem junto dos
profissionais de saúde informação sobre as opções contraceptivas disponíveis
que melhor se adaptam ao seu estilo de vida.
Portugal não entra neste
estudo, mas os dados vão ao encontro de um estudo da responsabilidade da
Sociedade Portuguesa de Ginecologia e da Sociedade Portuguesa de Contracepção,
que analisou os hábitos contraceptivos de quatro mil mulheres com idades
compreendidas entre os 15 e os 49 anos em 2015. Uma em cada cinco utilizadoras
da pípula esquece-se frequentemente de a tomar.
Em Portugal, 94% das
mulheres usam algum método contraceptivo. Conforme o mesmo estudo, havia “uma
maior tendência para o uso de métodos menos dependentes da utilizadora”. Apesar
de a pílula ser o método mais utilizado, o seu uso tinha caído de 62% em 2005
para 58% em 2015. Notava-se um aumento do uso do dispositivo intra-uterino, do
implante subcutâneo, do adesivo e do anel vaginal.
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