FONTE: Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
Pela primeira vez,
cientistas descobriram que respirar tem outra função além de trazer oxigênio
para o corpo. Um estudo publicado no Journal of Neuroscience afirma
que o ritmo da respiração cria
atividade elétrica no cérebro humano e potencializa a memória e os julgamentos
emocionais.
Quando o assunto é
recordar, a respiração se mostra importante durante a inalação. Segundo a
pesquisa, somos mais propensos a nos
lembrar de um objeto, por exemplo, se nós tivermos olhado para ele enquanto
inspirávamos, e não quando expirávamos.
Mas este efeito desaparece se a respiração for feita pela boca.
Os cientistas usaram
60 voluntários para testar a memória – ligada ao hipocampo do cérebro. Os
participantes olhavam rapidamente para a imagem de um objeto na tela de um
computador, e, mais tarde, os pesquisadores pediam para eles relatassem tudo
que lembravam sobre a foto.
Após o teste, foi
possível concluir que os que viram a imagem
enquanto inspiravam tinha mais recordações do que aqueles que observaram a
fotografia enquanto expiravam.
Os pesquisadores
também avaliaram as relações entre atividade cerebral e respiração em sete
pacientes com epilepsia que tinham cirurgias no cérebro programadas. Uma semana
antes das operações, um médico implantou eletrodos no cérebro dos pacientes
para identificar a origem das convulsões.
O método permitiu que
os cientistas recebessem centenas de informações vindas diretamente dos
cérebros. Assim, foram registrados sinais elétricos que mostraram a atividade
cerebral mudando de acordo com a respiração.
As
mudanças foram captadas em áreas do cérebro onde as emoções, a memória e os
cheiros são processados, sugerindo também que as funções desempenhadas por
essas áreas cerebrais (hipocampo e
amígdala, responsáveis respectivamente pela memória e pelo processamento do
medo) sejam diretamente afetadas
pela respiração.
Respiração ajuda a
detectar o medo?
No mesmo estudo, feito na Northwestern Medicine, os 60 voluntários foram
testados para ver se a respiração os ajudava a identificar o medo, já que a
parte do cérebro chamada amígdala está fortemente ligada ao processamento das
emoções relacionadas ao medo.
Os indivíduos viam fotos de rostos
com expressões de medo ou surpresa e tinham que indicar o mais rápido possível
qual emoção cada face tinha.
Quando os voluntários olhavam as
fotos durante a inalação, eles reconheciam caras assustadas mais rápido do que quando
expiravam. Isso não acontecia com os rostos que expressavam surpresa. E ambos
efeitos diminuíam quando a mesma tarefa era executada enquanto respiravam pela
boca.
"Há uma diferença dramática na
atividade cerebral na amígdala e hipocampo durante a inalação em comparação com
a expiração", disse uma das autoras do estudo, Christina Zelano.
"Quando você respira, descobrimos que você está estimulando os neurônios
dessas áreas e ativando o reconhecimento do medo e a memória".
Agora quando você precisar lembrar
algo ou estiver em uma situação de perigo, inspire fundo para respiração te
ajudar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário