
O
banimento faz parte de uma antiga tradição hindu conhecida como chhaupadi.
Segundo a crença, mulheres que estão menstruando ou que acabaram de dar à luz
não devem participar das atividades sociais e familiares porque são
consideradas impuras. A chhapaudi dita o que uma mulher pode comer, onde ela
pode dormir, com quem ela pode interagir, onde ela pode ir e por quem ela pode
ser tocada enquanto está menstruando. Além disso, sua alimentação é controlada
e o consumo de leite está proibido. A mulher que desobedece as recomendações
pode levar destruição à família e trazer sofrimento à comunidade, como
desastres naturais, por exemplo.
Em
muitos casos, os barracos para onde são banidas são compartilhados com o gado e
seus excrementos e, às vezes, ficam longe dos vilarejos. Esses locais podem
ficar bastante frios durante o inverno ou sufocantes no verão.
A
Corte Suprema do Nepal considerou a Chhapaudi ilegal em 2005, mas a prática
ainda acontece na parte ocidental do país. Ativistas dizem que as baixas taxas
de desenvolvimento, o alto índice de analfabetismo, a desigualdade de gênero e
a tradição comunitária contribuem para a situação.
A
Chhaupadi está relacionada a uma série de doenças psicolóigcas e físicas.
Pesquisas da organização Action Works Nepal (Awon) descobriram que 77% das
meninas e mulheres sentiam-se humilhadas durante os períodos, e dois terços
relataram sentir-se sozinhos e com medo quando ficavam em estábulos. A ONU
também descreve relatos de diarréia, pneumonia, doenças respiratórias; perigo
de ataque de cobras, animais selvagens e homens bêbados; incidentes de abuso e
estupro e elevadas taxas de mortalidade infantil e materna, uma vez que tanto a
mãe como o bebê são banidos para os barracos após o nascimento.
A
polícia do Nepal está investigando a morte de Roshani, mas as autoridades
argumentam que é difícil conter esses abusos por estarem tão enraizados na
cultura local.
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