FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
Em
junho deste ano foram realizados 76 transplantes, 100% a mais em relação ao mês
de junho de 2016.
O Banco de Olhos
da Bahia – entidade pública que, há mais de dez anos, funciona no andar
térreo do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) – iniciou a campanha ‘Rumo à
Fila Zero de Córnea’.
Desde o
lançamento da ação, no final de abril, a média mensal de doações aumentou 60%
e, em junho deste ano, foram realizados 76 transplantes, 100% a mais em relação
ao mês de junho de 2016.
A ação –
conforme explica a oftalmologista Márcia Feitosa de Souza, coordenadora do
Banco de Olhos da Bahia – conta com a realização programática e continuada de atividades
educativas na rede hospitalar, inclusive no interior do estado, para
conscientização dos profissionais de saúde quanto à notificação de óbitos
viáveis para doação de córnea: “além do apoio voluntário de artistas por meio
de vídeos veiculados nas redes sociais para informar à sociedade a importância
da doação de córneas”.
Já
participaram os cantores Katê
(madrinha da campanha), Adelmo Casé e Felipe Pezzoni (Banda Eva), os
integrantes das bandas Batifun e Pra Casar e os apresentadores José Medrado e
Tarsilla Alvarindo.
O Banco de Olhos
da Bahia, em Salvador, é o responsável por receber as doações de córneas
autorizadas por familiares de doadores falecidos.
As córneas
doadas, vindas de todo o Estado, são processadas e armazenadas no local até que
a Central de Transplantes do Estado da Bahia autorize a liberação para
pacientes inscritos na lista única de transplante.
“Em 2016,
tivemos 332 doadores de córnea na Bahia e, atualmente, estão inscritos 1030
pacientes que aguardam por uma córnea. Zerar a fila é um ganho imensurável para
a sociedade, pois os problemas na córnea com indicação de transplante
geralmente acometem o indivíduo na sua fase produtiva. Isso significa que,
muitas vezes, ele fica impedido de realizar suas atividades laborais. São
pessoas que têm suas vidas interrompidas e o transplante de córnea é a única
forma de tratamento”, lembra Márcia de Souza.
A equipe do
Banco de Olhos da Bahia estará em Jequié nos dias 27 e 28 de julho para mais um
Encontro de Unidades Notificantes de Possíveis Doadores de Córnea.
Em
julho foram realizados encontros no Hospital Ernesto Simões Filho, no
Hospital do Subúrbio e no Hospital Calixto Midlej Filho (Itabuna), onde
aconteceu o Curso de Entrevista Familiar para Doação de Córneas e Curso para
Formação de Captadores de Tecido Ocular Humano. A programação até o final do
ano já está fechada, mas a campanha segue até dezembro de 2018.
A córnea
é a primeira lente dos olhos. É como
o vidro de um relógio à frente da parte colorida dos olhos, que é a íris. É
transparente por não possuir vasos sanguíneos.
O transplante de
córnea é uma cirurgia em que a córnea alterada é removida e substituída pela
córnea normal do doador. A retirada do globo ocular é realizada com
técnica que não deixa vestígios, ou seja, a doação não modifica a aparência do
doador. Na Bahia, cerca de 90% dos transplantes são realizados pelo Sistema
Único de Saúde (SUS).
Em caso de
úlcera de córnea perfurada, pode haver necessidade de transplante em caráter de
urgência. Traumas causados por objetos pontiagudos, queimaduras por produtos
químicos e outras lesões podem colocar qualquer pessoa na fila do transplante a
qualquer momento. Muitas pessoas já estão na fila devido a doenças como
ceratocone e leucoma.
A fila do
transplante de córnea é gerenciada pelo Ministério da Saúde.
Qualquer um
entre dois e 70 anos pode ser doador de córnea. Apenas a família pode autorizar
a doação, que é feita em até seis horas após a parada do coração ou, se o corpo
do doador for mantido refrigerado, em 12 horas.
Mais
informações podem ser obtidas
pelo Disque-Transplantes: 0800 284 0444.
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