FONTE: Do UOL***, em São Paulo (http://noticias.uol.com.br).
Uma menina sul-africana
de 9 anos de idade nascida com HIV, vírus causador da Aids, vive bem e saudável
sem tomar remédios antirretrovirais.
A menina recebeu
tratamento apenas nos meses seguintes a seu nascimento. O caso foi apresentado
em congresso internacional da Aids que ocorre em Paris.
Ela tornou-se a
terceira criança do mundo em que foi verificada a remissão do vírus causador da
Aids a ponto em que ele não consegue mais se reproduzir.
De acordo com os
cientistas do Instituto Americano de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID, na
sigla em inglês), a menina recebeu um curto tratamento com medicamentos
antirretrovirais dois meses após seu nascimento. Após dez meses, e no âmbito do
estudo, o tratamento foi suspenso. Naquele momento, o vírus havia sido reduzido
a níveis indetectáveis.
Oito anos e nove
meses depois, o vírus do HIV continua "adormecido" no organismo da
menina, apesar de não tomar qualquer medicamento. Os pesquisadores acreditam
que o tratamento precoce permitiu a remissão de longo prazo do vírus. Esse tipo
de remissão, chamada "remissão funcional", é uma das principais
pistas na pesquisa pela luta contra a aids.
Este caso reforça
nossas esperanças de que, algum dia, se possa evitar que crianças com HIV
tenham de tomar um remédio por toda sua vida."
Anthony
Fauci, diretor do NIAID e responsável pelo estudo.
Entre crianças, há
dois precedentes de remissões do vírus. Em 2015, um estudo relatava o caso de
uma francesa nascida soropositiva em 1996. Aos três meses de vida, recebeu
antirretrovirais, e o tratamento foi interrompido quando completou seis anos.
Agora, com 20 anos,
seus últimos controles foram em abril. O vírus continua latente 14 anos depois
da interrupção do tratamento, relata Sáez Cirión, que supervisionou seu caso.
O primeiro exemplo
desse tipo é o de uma menina americana, apelidada de "Mississippi
baby", em remissão após receber tratamento até seus 18 meses. O vírus
reapareceu após dois anos, desanimando os pesquisadores.
"Sempre é
possível uma recaída, como em qualquer caso de remissão. Mas o fato de que essa
remissão se mantenha durante um período tão longo sugere que possa ser
duradoura", disse à AFP o doutor Avy Violari, da Universidade de
Witwatersrand, na África do Sul, coautor do estudo.
Busca pela cura.
Os portadores do
vírus HIV precisam seguir um tratamento diário para que o vírus seja mantido
indetectável e não provoque a aids, o estágio mais avançado da doença que ataca
o sistema imunológico. O vírus ataca células de defesa do organismo, o que
debilita o sistema imunológico e permite o aparecimento de doenças
oportunistas.
Por enquanto,
erradicar o vírus do corpo do paciente é impossível. Os pesquisadores enfrentam
a capacidade do vírus de se camuflar em algumas células para criar focos virais
que se reativam, se o tratamento for suspenso.
Criados nos anos
1990, os medicamentos antirretrovirais revolucionaram a vida dos soropositivos,
mas têm efeito colateral, como diarreia e náusea. Além disso, é um tratamento de
custo elevado que deve ser seguido pelo resto da vida.
Por isso, os
cientistas buscam sistemas de remissão que não impliquem um tratamento perene,
fornecendo medicação quando a infecção se encontra na fase inicial e durante um
período limitado.
*** Com agências
internacionais.
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