FONTE: , TRIBUNA DA BAHIA.
Os danos e efeitos podem ser irreversíveis.
Nos dias de hoje, é
praticamente impossível passar o dia sem olhar a tela da televisão, do
computador ou do celular. Um estudo realizado pela Millward Brown Brasil e
NetQuest em 2016 revelou que o brasileiro gasta mais de três horas por dia de
frente para o celular.
Entre os jovens, a
média é ainda maior: quatro horas. E o uso excessivo desses aparelhos tem
aumentado a incidência de problemas de visão.
A luz azul violeta
emitida por TVs, celulares, computadores, tablets e também por lâmpadas de
LED podem causar danos irreversíveis, segundo a diretora da Sociedade de
Oftalmologia Pediátrica da América Latina, Marcia Beatriz Tartarella.
“O efeito da radiação
por fototoxicidade vai se acumulando nas células da retina, e isso causa a
degeneração da mácula, área nobre da visão”, afirma.
Os primeiros sintomas
de problemas relacionados a este tipo de luminosidade não se manifestam de
imediato. Segundo a especialista, é impossível perceber anomalias a curto prazo,
mas qualquer sinal de fadiga visual, sensação de olhos secos, irritação ocular
e até coceira, deve ser avaliado clinicamente.
Vice-presidente do
Conselho Brasileiro de Oftalmologia, José Augusto Alves Ottaiano explica que
piscamos menos quando estamos em contato com a tela de computadores ou
celulares, além de exercermos maior pressão para que a visão esteja focada.
“Nós piscamos em
média 15 vezes por minuto. Este é o número necessário para uma boa lubrificação
lacrimal. Porém, em situações de estresse, que exigem um foco muito grande
do nosso olhar, essa quantidade pode se reduzir a quatro, cinco vezes por
minuto. Isso gera uma sobrecarga ocular”, diz o médico.
O especialista ainda
dá algumas dicas para minimizar o impacto da luz:
• Para quem trabalha
em escritório, por exemplo, o ideal é que o computador esteja sempre no mesmo
nível do olhar. Caso esteja acima, a musculatura ocular demora mais tempo para
renovar a superfície lacrimal, deixando o olho desidratado.
• Além disso, não se
deve prolongar a permanência em frente à tela. Pausas a cada duas horas ajudam
a evitar maiores complicações.
• Ar-condicionado
também desidrata os olhos e amplia os problemas causados pela luminosidade,
especialmente em ambientes menores como o interior do carro.
• É importante
lembrar de ajustar as configurações de cada tela para que o brilho se regule de
acordo com a luminosidade do local. Ambientes escuros não precisam de um alto
brilho no display do celular.
A falta de cuidado
prolongado nestes casos pode originar doenças oculares como a catarata e
presbiopia, além de problemas nas áreas da córnea, retina, mácula e cristalino,
levando à perda de visão gradativa.
Lentes de proteção.
A luz azul está
também presente em ambientes externos e, por isso, o uso de óculos escuros com
proteção para raios ultravioleta é aconselhado.
“Existe radiação da
luz azul violeta pelo sol em pequena quantidade, mas isso tem aumentado devido
à perda da camada de ozônio protetora pela poluição ambiental”, afirma
Tartarella.
Outra possibilidade é
o uso de lentes fotossensíveis, que se ajustam de acordo com a luminosidade do
local e dos dispositivos com tela. “O mercado hoje já possui tratamentos
especiais que proporcionam conforto e proteção em qualquer ambiente”, completa
a oftalmologista.
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