As duas DST's são
responsáveis por cerca de 25% dos casos de infertilidade.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a clamídia
e a gonorreia são responsáveis por cerca de 25% dos casos de infertilidade.
As duas Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) podem levar ao
desenvolvimento da doença inflamatória pélvica (DIP), complicação que causa
alterações tubárias nas mulheres e infecções na uretra nos homens – fatores de
risco para uma gestação natural.
Marina Barbosa, ginecologista creditada pela Sociedade Brasileira de
Reprodução Assistida (SBRA), alerta que essas doenças são mais comuns em
adultos jovens, com múltiplos parceiros e que praticam sexo sem uso de
preservativo.
“Por isso, neste período de festas de Carnaval temos que reforçar o
preservativo como mais uma arma de combate às DST. Assim, a pessoa pode se
prevenir de passar pelos sintomas desagradáveis dessas doenças e preservar seu
potencial de fertilidade”.
Doença Inflamatória
Pélvica.
No caso da mulher, quando a paciente apresenta bactérias no colo do
útero, como clamídia e gonorreia, esses microorganismos podem subir para o
corpo do útero, trompas e até mesmo ovários, caracterizando a doença
inflamatória pélvica cujos sintomas podem incluir: corrimento, dor pélvica,
febre, mal-estar e até septicemia.
“Essa ascensão pode ocorrer de forma espontânea, ou após manipulação no
consultório médico. Durante a inserção de DIU, uma biópsia de endométrio ou
curetagem, por exemplo. Isso leva à doença inflamatória pélvica, ou seja,
infecção do endométrio, trompas uterinas, ovários e estruturas contíguas”,
explica a médica.
A trompa uterina é o local onde ocorre o encontro do espermatozoide com o
óvulo. Dessa forma, quando as trompas não estão funcionando adequadamente, a
paciente pode evoluir para infertilidade.
“A inflamação dessas estruturas pode acarretar obstrução ou acúmulo de
líquido dentro das tubas uterinas, chamado de hidrossalpinge. Ocasionalmente
pode até ocorrer a fertilização na trompa, porém o embrião não é transportado
adequadamente para dentro do útero. É o caso da gravidez ectópica, considerada
de risco para a mulher”, ilustra a especialista.
Nos homens, a doença inflamatória pélvica ocorre quando a infecção por
clamídia ou gonorreia leva à infecção do epidídimo, local onde o sêmen fica
armazenado junto ao testículo. “Essa inflamação pode diminuir o número total de
espermatozoides, além de alterar a capacidade de movimentação dos espermatozoides. Todos
esses fatores afetam a fertilidade masculina”, conclui Marina Barbosa.
Clamídia.
O que é?
Nome popular para a bactéria Chlamydia trachomatis, a DST mais comum
no mundo todo, atingindo cerca de 5% da população adulta.
Atenção.
Como nem todas as pessoas com clamídia apresentam sintomas, esses
pacientes podem ter a infecção despercebida por vários anos, tornando-se fontes
de infecção permanentes.
Gonorreia.
O que é?
É a doença causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, também conhecida
como gonococo.
Atenção.
Os fatores de risco para infecção por clamídia ou gonococo
são: pessoas sexualmente ativas com idade inferior a 25 anos, novas ou
múltiplas parcerias sexuais, parceiros com doenças sexualmente transmissíveis
(DST), história prévia ou presença de outra DST e uso irregular de
preservativo.
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