A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta sobre a depressão.
De acordo com o documento da organização, a doença será o maior motivo de
afastamento do trabalho no mundo, até 2020. No Brasil, cerca de 5,8% da
população tem a doença, o que faz do país o campeão de casos na América Latina.
No Brasil, os casos de afastamento por doença do trabalho cresceram
cerca de 25% entre 2005 e 2015, atingindo 181.608 pessoas, segundo informações
publicadas no Anuário do Sistema Público de Emprego e Renda do Dieese, com base
na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
O impacto na economia mundial é de aproximadamente 1 trilhão de dólares
por ano. Ainda de acordo com a OMS, existem 23 milhões de pessoas sofrendo com
transtornos mentais e que necessitam de algum atendimento em saúde,
correspondendo a cerca de 12% da população brasileira.
Assistência.
Em 2016, 75,3 mil trabalhadores foram afastados por causa de depressão
no território brasileiro. Esse grupo corresponde a 37,8% de todas as licenças
médicas apresentadas no ano passado e que deram direito a recebimento de
auxílio-doença em casos esporádicos ou recorrentes.
Luiz Diego, que trabalha como programador, foi afastado do emprego
anterior por causa da doença. Para ele, as empresas deveriam se preocupar mais
com o bem-estar dos funcionários, mas isso tanto dentro quanto fora do ambiente
de trabalho.
“Hoje em dia, o ritmo de trabalho que se espera do empregado chega a
ser desumano, os níveis de estresse são absurdos, e o empregador geralmente
está ligando pouco, ou mesmo nada, para a qualidade de vida de seus empregados.
Um ambiente de trabalho agradável e uma empresa que se preocupe com o bem-estar
e os problemas dos funcionários vai ter uma força de trabalho com melhor
rendimento, menos gastos e, consequentemente, menos afastamentos”, diz.
Além disso, “investir no bem-estar do colaborador e dos seus familiares
precisa ir além dos gastos com plano de saúde. As corporações precisam mudar
paradigmas, abandonar a cultura da assistência ao trabalhador centrada na
doença para investir no estímulo à saúde”, defende Luiz Carlos Silveira
Monteiro, presidente da ePharma e conselheiro da Asap (Aliança para Saúde
Ocupacional).
Para a coach especializada pela internacional LeaderArt, Leila Arruda,
os empregadores devem ter inteligência emocional para lidar com suas próprias
emoções, assim como as de sua equipe. Quem tem essa habilidade costuma possuir
autoconhecimento, controle emocional, empatia e habilidades sociais –
características que podem ajudar a lidar com os funcionários.
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