Entenda
como essa especialidade pode contribuir para a mulher praticante de atividade
física.
Durante muito tempo, a
mulher foi poupada da prática esportiva pela crença de que, devido à “sua
fragilidade”, isso poderia ser prejudicial à saúde. No entanto, nos últimos
anos, cresceu o interesse feminino por atividades físicas, as mais
diversas.
À medida que a
participação feminina em competições foi se estabelecendo e ganhando força,
surgiu a percepção de que os treinamentos deveriam diferir entre homens e
mulheres. E ninguém melhor que o ginecologista para entender o que se passa no
corpo da mulher, seja ela atleta amadora ou profissional. É sempre recomendável
uma avaliação médica pré-participação em atividades físicas, pois as mulheres
esportistas necessitam de um atendimento diferenciado.
É necessário uma avaliação
do condicionamento cardiorrespiratório; endurance e força muscular; composição
corporal e flexibilidade. Por isso, é importante a avaliação cardiológica,
nutricional, ortopédica e, no caso das atletas, um ginecologista especializado
em Medicina Esportiva. A ginecologia do esporte aparece como aliada de atletas
e esportistas que buscam por vida saudável e melhor performance no rendimento
de seus exercícios, independentemente de eventuais problemas ginecológicos.
Esse tipo de ginecologia tem como objetivos:
• minimizar o efeito do ciclo menstrual
sobre o desempenho esportivo (seja ele físico ou psicológico);
• diminuir a ocorrência de alterações
hormonais e osteoporose/ fraturas;
• identificar a incidência de
incontinência urinária em atletas;
• monitorar o uso de medicações
anticoncepcionais para o alívio de sintomas menstruais.
Existem diferenças no
perfil hormonal, aumento de incidências de determinadas patologias e, até
mesmo, da resposta ao exercício no sexo feminino. Sabe-se que o desempenho
desportivo da mulher gira em torno de 6% a15% menor que o do homem; embora a
capacidade de adaptação ao treinamento seja semelhante.
O exercício físico
regular, realizado de maneira correta e associado à alimentação adequada, não
costuma interferir na função hormonal nem no metabolismo feminino. Há relatos,
inclusive, que destacam o alívio dos sintomas pré-menstruais em mulheres que se
exercitam regularmente.
O que se costuma
observar é que em mulheres que se submetem à atividade física intensa há uma
incidência alta de distúrbios menstruais e, muitas vezes, amenorreia (ausência
de menstruação). Entre outras complicações, uma das mais frequentes é a tríade
da mulher atleta: irregularidade menstrual; distúrbios alimentares (pp.
bulimia) e osteoporose. Essa tríade acontece devido ao overtraining (excesso de
treinamento) e pode acometer 3% a 5% das frequentadoras de academia; e 3% a 66%
de atletas.
O posicionamento da
Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte é que não existem restrições para a
mulher, no que se refere a modalidades esportivas. Ela está apta a realizar
quaisquer atividades, contanto que esteja sob a supervisão de profissionais
qualificados e respeitando o seu limite.


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