Relacionado a um grande
número de doenças crônicas e cânceres, o cigarro, que
vitima mais de 200 mil pessoas no Brasil (dados do INCA, de
2017) também causa rombos no orçamento da saúde pública: o
gasto no tratamento de doenças ligadas ao tabagismo no Brasil foi de R$
39,4 bilhões segundo o Ministério da Saúde, dentro de um orçamento total
de R$ 110 bilhões. Ou seja, quase 1/3 do orçamento da saúde.
Por outro lado, os
impostos gerados com a venda de cigarros somaram R$ 14 bilhões, não cobrindo
nem a metade dos custos. “Se fosse para escolhermos um fator de risco isolado
para o adoecimento da sociedade seria o tabagismo. Ele está ligado a uma carga
muito grande de doenças, como todas as provocadas no sistema cardiovascular e
muitos tipos de câncer”, diz o médico Marcelo Kolling, do Programa de Controle
do Tabagismo da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba.
A capital paranaense
foi a primeira do país a editar leis de combate ao tabagismo em locais públicos
— em 1952 proibiu o fumo nos ônibus do transporte coletivo.
Tratamentos.
Largar o vício também
não é simples ou barato — mas existem alternativas gratuitas para quem quer
deixar de fumar. Em Curitiba, os programas sem custos são oferecidos
pela Prefeitura de Curitiba e Universidade Positivo. Veja quais são os
tratamentos gratuitos:
Programa de Controle do
Tabagismo.
Oferecido pela
Secretaria Municipal da Saúde, tem duração de três a seis meses e consiste em
terapia em grupo e medicamentos. Marcelo Kolling explica que as primeiras
quatro semanas são voltadas para uma abordagem mais comportamental, em que a
pessoa expõe o vício e as barreiras enfrentadas para parar de fumar.
“Essa parte é muito importante, significa
praticamente a metade do tratamento. Embora a terapia em grupo seja mais
eficaz, a pessoa também pode fazer individualmente caso não se sinta à
vontade”, explica. Esta etapa é de uma reunião por semana, mas o paciente
precisa se comprometer a comparecer a todos quatro encontros.
Já entre a segunda e a
terceira semana, o participante é estimulado a marcar uma espécie de “Dia D” em
que vai parar de fumar. Kolling explica que é para ser assim mesmo: de forma
abrupta e marcante.
“É nesta etapa do tratamento que a gente
começa o uso de medicamentos: um que faz a retirada gradual da nicotina do
organismo – adesivo ou goma de mascar para suprir a falta do cigarro de uma
hora para outra, e a bupropiona, que trata da compulsão pelo fumo”, completa.
O programa, que começou
na década de 1990, atende em média 2 mil pessoas por ano e tem uma taxa de
reincidência na faixa de 50% após seis meses. O médico diz que, depois desse
tempo, as pessoas acabam deixando de fazer contato com a Secretaria ou não
informam se tiveram recaídas.
Para participar do
tratamento gratuito basta procurar uma das 111 unidades básicas de saúde da
Prefeitura de Curitiba. Outras informações estão disponíveis pelo
telefone (41) 3350-9429.
Grupo de Tratamento ao
Tabagismo.
Na Universidade
Positivo, os estudantes do curso de psicologia atendem gratuitamente a
comunidade com um programa composto de técnicas específicas que auxiliam quem
deseja parar de fumar. O grupo é desenvolvido desde 2017 por temporadas.
Neste ano, as
atividades começam nos primeiros dias de setembro (a data ainda não foi
confirmada) e terão oito encontros semanais. A coordenadora adjunta do curso e
coordenadora do projeto, Marina Machado, fala que a ideia é atender a
comunidade que não tem recursos financeiros para bancar um tratamento.
“É por meio dessas
atividades que os alunos adquirem mais experiência prática e, com a supervisão
adequada, conseguem ajudar quem precisa e não tem condições de pagar pelo
tratamento”, afirma.
As inscrições já estão
abertas e podem ser feitas pelo telefone (41) 3317-3266, ou
pessoalmente no Centro de Psicologia da Universidade Positivo – bloco amarelo (Rua Prof. Pedro
Viriato Parigot de Souza, 5300, Cidade Industrial).
Os encontros serão realizados sempre as segundas-feiras, às 19h.


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