No
país, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem
o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
O Novembro Azul, mês
destinado para a saúde masculina, faz um alerta para a prevenção do câncer de
próstata. Há, contudo, outra doença pouco comentada, rara e muito perigosa, que
também merece atenção: o câncer de pênis, neoplasia que pode resultar na
amputação do órgão. No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os
tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e
Nordeste.
Dados levantados pelo
Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que, até o final deste ano, serão
registrados cerca de seis mil novos casos da doença. Esse tipo de neoplasia
está muito relacionado ao HPV (vírus do papiloma humano), uma DST (doença
sexualmente transmissível) que causa verrugas genitais. Também contribuem para
a doença a falta de higiene, idade avançada e fimose.
“Apesar de raro, este
tumor está relacionado às baixas condições socioeconômicas e de nutrição, à má
higiene íntima, tabagismo e doenças sexualmente transmissíveis (principalmente infecção
pelo HPV)”, explica o urologista Paulo Fischer, do Serviço Social da
Construção.
O alerta sobre o câncer
de pênis vem sendo intensificado pelo médico Newton Sérgio de Carvalho desde
2008, com a publicação de uma revista sobre o tema no Jornal Brasileiro de
Doenças Sexualmente Transmissíveis. “O HPV tem uma média de associação de 30% a
40% com o câncer peniano, em especial os tipos 16 e 18. O vírus tem 150
variações” disse.
A pessoa diagnosticada
com os tipos 16 e 18 do vírus apresenta mais chances de desenvolver câncer, não
só no pênis, mas também em outras partes do corpo. “Importante ressaltar, no
entanto, que a contaminação tem que estar associada a mais fatores, como a
associação do HPV com ISTs, a exemplo da clamídia”, reforça.
Sintomas.
Os especialistas em
urologia explicam que a manifestação clínica mais comum do câncer de pênis é
uma ferida ou úlcera persistente, ou também uma tumoração localizada na glande,
prepúcio ou corpo do pênis.
A presença de um desses
sinais, associados a uma secreção branca (esmegma), pode ser uma indicação para
esse tipo de neoplasia. Nestes casos, é necessário consultar um
especialista.
Prevenção.
A recomendação para
prevenir a doença é fazer a limpeza diária com água e sabão, principalmente
após as relações sexuais e a masturbação. É fundamental ensinar às crianças
desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os
dias.
A cirurgia de fimose
(quando a pele de prepúcio é estreita ou pouco elástica e impede a exposição da
cabeça do pênis, dificultando a limpeza adequada) é outro fator de prevenção. A
operação é simples e rápida e não necessita de internação. Também chamada de
circuncisão, a cirurgia em questão é normalmente realizada na infância.
Tanto o homem
circuncidado como o não-circuncidado reduzem as chances de desenvolver esse
tipo de câncer se tiverem bons hábitos de higiene. A utilização da camisinha é
indispensável.
Detecção precoce.
Quando detectado
inicialmente, o câncer de pênis possui tratamento e é facilmente curado. É
importante, ao fazer a higiene íntima, realizar o autoexame do pênis. No
autoexame, os homens devem estar atentos aos seguintes sinais: perda de
pigmentação ou manchas esbranquiçadas; feridas e caroços no pênis que não
desapareceram após tratamento médico e apresentem secreções e mau cheiro;
tumoração no pênis e/ou na virilha (íngua); inflamações de longo período com
vermelhidão e coceira, principalmente nos portadores de fimose.
Diagnóstico.
Quando diagnosticado em
estágio inicial, o câncer de pênis apresenta elevada taxa de cura. No entanto,
segundo o INCA, mais da metade dos pacientes demoram até um ano após as
primeiras lesões aparecem para procurar o médico.
Todas as lesões ou
tumorações penianas, independentemente da presença de fimose (dificuldade ou
incapacidade de exposição da glande, porque a pele que envolve o pênis possui
um anel estreito), deverão ser avaliadas por um médico, principalmente aquelas
de evolução lenta e que não responderam aos tratamentos convencionais. Essas
lesões deverão passar por biópsia (retirada de um fragmento) para análise,
quando será dado o diagnóstico final.
Tratamento.
O tratamento depende da
extensão local do tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais (ínguas na
virilha). Cirurgia, radioterapia e quimioterapia podem ser oferecidas. A
cirurgia é o tratamento mais frequentemente realizado para controle local da
doença. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o crescimento desse
tipo de câncer e a posterior amputação do pênis, que traz consequências
físicas, sexuais e psicológicas ao homem. Por isso, quanto mais cedo for
iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura.
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