Você provavelmente já
ouviu falar e leu bastante sobre alimentos e suplementos que aumentam sua disposição
e te deixam mais animado para encarar um treino ou até mesmo as tarefas do dia
a dia. Mas também existe o outro lado dessa moeda. Não faltam vilões neste
mundo na nutrição: os alimentos que são ladrões de energia e podem atrapalhar
bastante sua rotina na corrida ou até mesmo se tornar um obstáculo numa prova.
Esses “ladrões” de
energia atuam de diferentes maneiras no organismo. Em alguns casos, oferecem
tanto açúcar que, num primeiro momento, essa elevada taxa de glicose resulta em
mais disposição, mas, logo em seguida, a insulina liberada para normalizar essa
glicose faz justamente o caminho contrário. E aí o cansaço chega com tudo.
Também tem aqueles
alimentos que dão tanto trabalho para o sistema digestivo que muitos nutrientes
são desviados para ajudar nesse processo, fazendo com que eles faltem na
produção de energia em outras funções do organismo. Resultado: o corpo logo
sente essa queda de disposição.
Para te ajudar a evitar
esse cansaço causado pela má alimentação, acionamos três especialistas para
fazer uma lista dos maiores ladrões de energia, suas principais armas e como
combatê-las.
Confira!
Os ladrões de
energia.
Carboidratos simples.
Alimentos com farinhas
brancas vão roubar energia se consumidos em excesso. “Em um pré-treino, por exemplo,
são aliados, mas viram vilões se não houver uma atividade física depois”,
pondera Mayara Ferrari, nutricionista funcional esportiva. “Isso acontece
porque a quantidade de açúcar no sangue fica muito elevada e o pâncreas libera
mais insulina para quebrar todos esses carboidratos. Isso pode causar uma
grande redução de açúcar no sangue, resultando em fadiga e falta de energia.”
Sal.
Aquele sal extra para
dar mais gosto à comida pode te deixar mais cansado. Em quantidade exagerada, o
sal aumenta a pressão arterial e deixa o organismo mais desidratado porque mais
água é necessária para compensar. “Ele prejudica o funcionamento adequado do
organismo, que ficará a todo momento buscando esse equilíbrio. Isso dará uma
sensação de cansaço e fadiga. Esporadicamente um pouco de sal não tem problema,
mas abusar dele diariamente ou usar em grande quantidade é bastante
prejudicial”, adverte Mayara.
Alimentos gordurosos e
frituras.
A gordura em excesso
dificulta a digestão e atrapalha a chegada dos nutrientes à corrente sanguínea.
“Como possuem uma digestão mais lenta, eles fazem com
que a circulação se concentre na região abdominal por mais tempo. Isso causa
uma sensação de letargia e sonolência durante a digestão, que pode passar de
três horas. E isso não é bom para quem vai se exercitar, pois precisará de boa
circulação nos membros”, alerta a nutricionista Lara Natacci.
Doces.
A lógica nesse caso é
parecida à dos carboidratos simples: como eles são ricos em açúcar, dão um pico
de energia no primeiro momento porque aumentam a quantidade de glicose no
sangue, mas se a pessoa não for praticar uma atividade física logo em seguida,
essa disposição logo pode virar cansaço. “O organismo vai aumentar a secreção
de insulina para normalizar a glicemia, que é a quantidade de glicose no
sangue. Por isso, a sensação de aumento de energia deve durar pouco e dar lugar
à fadiga”, reforça Lara Natacci.
Café.
O café, um dos
estimulantes mais populares, também pode roubar sua energia. Ele realmente gera
mais disposição num primeiro momento, mas sua ação no sistema nervoso tem como
um dos efeitos a fadiga. “A cafeína, no cérebro, obstrui os efeitos da
adenosina, substância que ajuda na transferência de energia e na promoção do
sono, dando o efeito estimulante”, explica André Lemos, médico nutrólogo. “Por
outro lado, também inibe a degradação da acetilcolina, que aumenta o estímulo
muscular. E a consequência disso são o cansaço e a debilidade”, completa.
Corantes e
conservantes.
Presentes em muitos
produtos industrializados, como nuggets, embutidos (salame, presunto,
mortadela, peito de peru) e salsichas, eles modificam o funcionamento adequado
do organismo, que tenta repor o que os corantes “tiram” no processo de
digestão. “Eles causam uma cascata de processos inflamatórios e oxidantes. Para
reverter essa situação, disponibilizamos muitas vitaminas e minerais, fazendo
com que o restante do organismo não funcione adequadamente”, destaca Mayara.
Refrigerante.
O refrigerante é um dos
“ladrões de energia” mais temidos. Alguns maratonistas e ultramaratonistas o
utilizam durante provas quando já estão acostumados a seus efeitos, inclusive
psicológicos, mas, para o organismo, eles não têm nada de “bonzinhos”. Isso
porque o refrigerante, em geral, tem tudo em excesso: açúcar, sódio e corantes.
Assim, desencadeia todos os processos já descritos de uma só vez. Além disso,
estudos apontam que o refrigerante ainda pode atrapalhar o padrão de sono,
prejudicando o descanso e interferindo na disposição.
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