"Eu costumo tomar
remédio para ressaca antes de beber, para prevenir os sintomas. Isso
funciona?"
Não funciona. Para
prevenir a ressaca, o ideal é se hidratar bastante durante o dia e se alimentar
de forma leve e equilibrada, com pouca gordura. Na hora de consumir
bebida alcoólica, é bom intercalá-la com água e, claro, não exagerar.
O álcool inibe o
hormônio antidiurético, fazendo você fazer mais xixi do que deveria. Além da
desidratação, a bebida também é transformada em subprodutos no fígado,
incluindo o acetaldeído, que é tóxico e demora cerca de 24 horas para sair do
organismo. Para fechar esse combo, ainda há a hipoglicemia. Esses três
pontos (desidratação, toxinas no sangue e falta de açúcar) são os verdadeiros
responsáveis pela dor de cabeça, vômito, náusea, gosto amargo na boca, torpor.
Para controlar esses
sintomas que aparecem no dia seguinte à bebedeira, o repouso é essencial,
assim como uma alimentação leve e balanceada e água, muita água. Suco de
frutas também é uma ótima dica, já que repõe líquido e contém glicose e sais
como potássio, sódio e magnésio, geralmente perdidos com a ingestão do álcool.
Agora, se mesmo assim a ressaca continuar, você pode investir em medicamentos
que tratam a dor de cabeça, a náusea e a sonolência, sempre tomando cuidado com
a automedicação.
Esses remédios
indicados para a ressaca geralmente contêm, em apenas uma dose, antiácido,
antialérgico, ácido acetilsalicílico (que funciona como analgésico e
anti-inflamatório) e cafeína. O problema é que o anti-inflamatório pode ser
tóxico ao tubo digestivo e, se tomado com muita frequência e em doses altas,
pode causar úlcera, principalmente em quem já tem problemas gastrointestinais.
Por esse motivo, o uso de qualquer medicamento tem que ser orientado por um
médico.
Se após a bebedeira o
vômito não passar, a pessoa estiver inconsciente e suando frio, nada de
colocá-la no chuveiro frio. A água gelada poderá levar a uma
hipotermia, já que o álcool diminui a temperatura do corpo. O ideal é levar o
indivíduo ao hospital mais próximo, para evitar o coma alcoólico.
*** Fontes: Eduardo
Grecco, gastrocirurgião e endoscopista do Instituto EndoVitta; Ricardo Barbuti,
gastroenterologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário